Eu não nasci para ser amada,
Pois a minha alma está quebrada.
Essa sensação de incompatibilidade amorosa vai desde o âmbito familiar até os confins dos relacionamentos que estabeleci. Não há canções cheias de amor que possam parar o meu eterno bailar com a solidão. A melodia da tristeza é atraente, mas sempre me deixa doente. As notas tristes alimentam a minha depressão. A melancolia é o amargo veneno que tomo sem agonia. Os meus olhos só conhecem o gosto das lágrimas e meus lábios só viram as palavras de mais puro sofrimento.
Mas ao mesmo tempo
O amor arde em meu peito.
Contudo, como se fosse um sussurro mudo, minha alma clama por uma gota de carinho, enquanto ela apodrece pelas próprias escolhas e enlouquece de dor. Mas quem tocaria minha pele sem vida? Quem abraçaria minha melancolia? Quem calaria meu grito de sofrimento? Existem ardências que estão além das vivências, por isso o meu amor sempre virá como sinônimo de dor. Ninguém seria capaz de amar a minha falta de paz, as minhas noites conturbadas e a minha mente condenada. Ninguém aguentaria cinco segundos da minha ansiedade, muito menos a devastação causada pela minha depressão e abraçar as diversas faces da minha bipolaridade está fora de cogitação.
O amor é minha eterna maldição
A dor é minha única salvação.
Por isso me entrego a esse constante inferno que abraça meus pedaços sem querer colá-los, pois não se pode consertar algo defeituoso. Não se salva uma alma que tentou se suicidar na sala. Não se ama quem está manchado pelo pecado de nascer.
Não se planta amor
Em um solo destruído pela dor.
O amor sempre será meu eterno fantasiar, pois a dor é meu único par.