Esgotei meus curativos,
de tantas vezes meus dedos fazer sangrar
por tocar em fusos de rocas de fiar...
Pois eu bordo, bordo, bordo
e teço, teço, teço os fios de minha vida
e a jornada parece nunca se encerrar...
Sou eu que bordo meus caminhos?
As pessoas que conheço são os botões?
Alguns preenchem as casas, outros descosturam-se
caem por aí,
se perdem pelo chão...
Sou pois, um botão?
E se me descosturei de mim mesma?
E se me parti em dois?
E se eu tiver de remendar as linhas?
Sou um boneco de palha?
Se eu trabalhar a noite toda,
hei de me transformar em ouro?
E se eu for o Rumpelstiltskin,
oportunista e talentosa...?
E se eu for apenas nada?
Então... O que será de mim?