Eu percebo que ela existe bem na pontinha de minhas orelhas,
se esgueirando entre as mechas de cabelo
me dizendo para não me arriscar.
Ela quer cuidar de mim,
e das palavras que eu profiro,
ele quer me educar,
a não ser mais um outro tipo de eu perdido...
Euzinho, euzinho...
me desculpe pelo incômodo,
eu sou uma metralhadora de emoções,
se eu atirar para todos os lados,
ao menos posso acertar em algum.
Euzinho... Miudinha,
me perdoe por ser difícil,
deve ser rústico, ser como você,
você é o sonho de toda mãe,
mas com certeza,
jamais faria sucesso na tevê.
Mas, ei, euzinho que me chama,
que cobre meus pés na cama,
que me acaricia até eu dormir,
por mais que eu te renegue,
ainda te faço poesia,
te dou espaço na cama,
e te dou coisas para sentir.
Euzinho, somos várias,
dentro desta cuca-fanfarrona-do-abismo,
me perdoe por te deixar de lado,
creio que te entendi errado,
já podemos dar-nos as mãos,
e fingir que a gente se gosta,
se entende e que tudo é festa.
Assim, você pode ficar mais feliz,
assim podemos ser mais completas.