Antes mesmo dos meus pulmões trabalharem pela primeira vez esse ar poluído e mesmo depois do meu sangue sujar e manchar o asfalto molhado, eu nunca fui livre.
Sempre imaginei a mim mesmo como uma criatura estranha aprisionada em uma gaiola minúscula que ninguém, além de mim, podia ver.
Talvez até antes de ser quem sou, agora; estivesse preso como um pássaro que só aceitou seu cativeiro e todo o “luxo” oferecido pelo mesmo. Mas, de qualquer forma, aceitando ou não; se perguntam o que quero, eu ainda digo – mesmo sabendo ser impossível – meu desejo de liberdade e, talvez, ser feliz bem longe daqui.
Todavia, em sussurros preciso confessar que esse desejo duradouro insiste em existir em meu ser e, por mais que tente, desfazer a esperança de um dia ser algo alcançável, eu ainda blasfêmio sobre ser livre... Já que mesmo tendo minhas asas, eu não posso voar!