Cansei de escutar e dos ouvidos tampar
Quando Luiz avisava que devesse desconfiar
Daquele que nunca ousou amar
Contudo, eu preciso duvidar
Em tempos que amar é um status
Traição, uma salvação
E obsessão, um brinde de desconto
Questiono-me se alguém, realmente, sentiu o gosto?
O sabor do doce mel em sua boca
Ou as borboletas no estômago,
Não passam de metáforas de um cruel tolo
Uma paixão passa em dois tons,
Os segredos em sussurros tornam-se escândalos
E os choros na escuridão mostram a aflição.
Mesmo assim, tento imaginar em segredo
O que realmente seria amar?
Sem chão decente, andei pensando
Em uma boa definição para o que todos sentem
Simplesmente, em vão... Sem solução
Vou perguntar-me por milênios
Se, verdadeiramente, cheguei a amar “a gente”...