Era uma manhã ensolarada, as cerejeiras caiam suavemente sobre as lajes que o levavam ao seu local de trabalho.
Ele caminho devagar, apreciando toda paisagem e toda vida por onde ia. Realmente se deu conta que sabia pouco.
Chegando a ourivesaria, olhou cuidadosamente cada placa de metal que haveria de trabalhar. Escolheu a que mais lhe agradou.
E começou. Poliu aqui, limpou ali..aplainava e voltava a limpar.
Seu rosto podia ser refletido nela.
Continuou. A polir, afiar e lixar. Queria mais que uma obra.
Queria A Obra.
Quase exausto, mergulhou o aço ainda quente numa tigela de águas frias, fazendo com que ele se endurecesse.
E detalhe a detalhe trabalhou. Testou o equilíbrio, a velocidade e a resistência.
A seu gosto, estavam ótimos. Estariam ao gosto do dono.
Por fim, fez o cabo conforme lhe fora instruído. Bonito.
Num tom roxo escuro.
E para que suas memórias não se perdecem, gravou em kanji ali a frase que a marcaria:
Hime.
O velho por fim desmaiou. Não de sono ou cansasso, mas pelo pelo peso de longos anos vividos.
Nunca disse quem era ou porque viera.
E nunca perguntaram.