Eis-me aqui, em meio à esse suplício agoniante que os humanos teimam em chamar de vida.
Dor e desgraça. Um sofrimento que só acabará quando o meu fim chegar.
Uma arma em minhas mãos, meu ser implorando para que eu aperte seu gatilho.
Será um final definitivo, não haverá uma ressureição.
Não quero voltar, não há nada que me faça querer ficar aqui.
Uma existência que só me faz querer deixar de existir.
Cansei de me cansar, de viver sobrevivendo.
Cansei de só ver a escuridão enquanto mantenho meus olhos abertos.
Chegou a hora. A hora de fechá-los para finalmente poder enxergar a luz.
Viver me trouxe um enorme tormento, a morte é a única capaz de trazer fim a ele e meu túmulo é o único lugar em que eu verdadeiramente poderei ficar em paz.
O disparo é efetuado e finalmente minha alma vai em busca de seu descanso.
A única coisa que deixo para trás é aquele corpo que, até alguns momentos atrás, era a cela que me mantinha nessa prisão. Nesse terrível martírio.