Desde criança eu tenho uma bagunça
Que não cabe na gaveta
Ela se renova, ela transborda e cai
Antes mesmo que eu me esqueça
Ainda hoje eu continuo
Faxinando minha cabeça
Ai, ai... Eu continuo
Faxinando minha cabeça
Meu Deus por que eu crio coisas
Tantas coisas tão espessas?
Eu vou gritar
Esbravejar até que eu mesma
Me emudeça
Eu vou correr
Até o descolar das pernas
Em meu quarto sussurrando
Com as paredes e as frestas
Eu vou desaguar
No terminar de cada festa
Vou me contorcer todinha
Até ficar pequenininha
Para caber na gaveta