Durante toda a história,
maldições aos heróis foram sentenciadas.
E, é claro, que minha história não seria indiferenciada.
Minhas feridas não foram curadas
ou acariciadas.
Mas sim, associadas.
Assim como Calipso, fui expulsa.
Condenada a viver em uma ilha, com o coração em repulsa.
A espera de um novo amor.
Assim como Eco, condenada a repetir
toda a dor a quem quisesse ouvir.
Mas o pior ainda estava por vir.
Não amaldiçoaram apenas a mim, mas sim
aquele que amei.
Culpa minha! Já que contra os deuses blasfemei.
Foi assim que, em pedra, me transformei.
Bastou observar seus olhos,
que não brilhavam mais ao me encarar,
no mesmo instante, senti o corpo pesar.
Petrifiquei por inteiro, incapaz de me mover.
Como eu poderia prever?
Já que para mim, você era como Midas.
Tudo que tocava,
se transformava em ouro.
Assim como teu cabelo louro.
Porém, me esqueci. Para alguns, era sinônimo de mau algoro.
Isso nos leva a história do touro.
Condenados a um labirinto,
guiando-nos por puro instinto.
Eu, rezando aos deuses para que o amor não estivesse extinto.
Porém, sem nenhum fio de Ariadne para nos guiar
De nada bastava
Rezar ou
amar.
Temia que os deuses pudessem me cegar,
E, assim como Hércules, eu estaria destinada a meu amor, matar.
porem, nessa história, sempre me identifiquei com Aqueloo. Já que toda minha fartança,
Se empenharam em levar.
Mas tudo bem, se eles pudessem você deixar.
Cansada de tanto girar,
Agora, poucas deusas poderiam me amparar.
Afrodite, por favor, ensine ao cupido essas flechas disparar.
Já estou cansada de tanto ele errar.
Hecate, por favor, use de sua magia,
para que eu consiga minha alforria.
Que esse amor é uma prisão, isso já me ocorria.
Nice, por favor, me dê a vitória,
para que eu alcance toda a glória.
Cansei de toda essa teoria,
dessa teologia.
Mas não me esquecerei de Perséfone.
Que fora condenada, assim como eu,
a viver no submundo,
compartilhamos de um sentimento mútuo.
Peço, oh bondosa deusa,
que o meu coração floresça.
Mas por favor, somente as rosas, não quero plantas degenerativas.
Pois, afinal, essa coroa de espinhos, pertence a outra narrativa.