Refazendo meus passos
O frio
Apenas a ausência de calor
A escuridão
Falta de luz
Solidão
Falta de companhia
Se fosse tão simples
Eu não seria solitário
Envolta de pessoas
O problema não é pessoas
Mas queremos pessoas
Que se assemelhem a nós
Em crenças
Ideias e princípios
E minha maior solidão
É não ter alguém como eu
Apenas eu
E que diferença faz
Já não sou mais eu
Apenas a memória vive
De um viajante do tempo
É a única coisa que restou
E hoje decidi
Refazer meus caminhos
Relembrar
O por que
De eu me isolar
A primeira parada
Foi no porto
Nessa cidade fria
Lembrei-me
Do motivo
Era por eu ter coração quente
Escaldante
Ou fugiam
Ou se aproximavam
Apenas para ter um pouco de calor
E quando percebiam
Que não tinha outro igual
Mas ainda queriam
Escravizavam-me
Vim para o frio
Para sempre lembrar-me
Que de todas as friezas
A da natureza é a menos cruel
Eu pensava que
Se eu mostrasse outro caminho
As pessoas mudariam
Que se vissem amor
Escolheriam o caminho
Que eu queria trilhar
Sinto-me como
Morpheus de Matrix
Oferecia a realidade
Ou o mesmo de sempre
E escolhiam o mesmo
Pois no final
Já acreditavam ser livres
Mas uma coisa é real
Ninguém que é livre
Escraviza alguém
Arthur Poeta da Neve