Estávamos os dois em frente um ao outro, naquela floresta envolta em névoa, eu olhava em seus olhos porém você desviava os seus olhos castanho dos meus, eu aproximei-me de ti e disse:
_ Sei que há ainda amor em você Nahzg, ainda há humanidade...
_ Não Yidu, não há mais... Sou um corpo sem alma, uma carne vazia apenas preenchida por tristezas.. _ Ele me responde
_ Não diga isso! _ repliquei olhando para seu rosto
_ Por favor, dê meia volta, não quero vê-la chateada querida Yidu...
_ Ora aí está! _ exaltei-me _ Se tu fosses frio mesmo não se importaria de me ver triste! Ainda há em ti coração...
Nahzg me olha profundamente, como se tivesse perdido seu argumento, e logo vira o rosto para o lado, não queria fitar-me, no fundo ele sabia que eu estava certa.
_ Deixe-me derreter o gelo que carregas no coração, eu imploro, pois o amo demais para deixar você .
Me aproximo mais e coloco a palma da minha mão sobre o rosto dele, passei a ponta dos dedos sobre seus lábios e senti algo esquentar minha alma, mesmo naquela névoa fria, eu ainda sentia calor, e ainda sentia calor no corpo dele, só tocar sua face... Ele ainda era vivo, ainda tinha alma, e ainda tinha salvação.
_ Por favor, não piore as coisas, eu não posso, você não pode Yidu, eu não quero ser a causa do seu sofrimento _ ele diz em tom de lamentação, fechando brevemente os olhos ao sentir que acariciava seu rosto
_ Meu sofrimento só acontecerá se tu me deixar ir e não for comigo... _ respondo me aproximando mais, agora a menos de um palmo de distancia de Nahzg, tocava agora seus cabelos castanhos, agora mais longos.
_ Se me amas, deixe passar esta fase tempestuosa que me atormenta, eu voltarei, voltarei para teus braços, só lhe peço tempo
Ele me responde e por fim beija minha bochecha, e com sua magia, estala os dedos, desaparecendo da minha vista, deixando-me só
Eu não reagi, apenas suspirei, andei o caminho de volta até meu cavalo Star, que estava preso em uma árvore mirrada, o solto e monto nele, e parto para a vila.
Eu, eu o esperaria, e de fato esperei por três longas primaveras, quando ele finalmente retornou aos meus braços em um dia de outubro, eu havia derretido o gelo que havia em seu coração, não resisti em beija-lo assim que o vi na porta de entrada da vila Aokori, a nossa vila.
Estamos felizes.
Entenda meus caros, amor as vezes é esperar, e dar tempo ao tempo, é compreender e ouvir, e na hora certa, o que é seu voltará a ti.
Fim