Aquele eu que no passado desejou uma garota, lutou até o fim e não conseguiu, foi encerrado numa prisão. Uma porta sem volta onde não há escape, onde ele pode alimentar suas perversões sem ferir ninguém.
Aquele eu que via beleza na humanidade, desejava o bem para todos, sempre com um sorriso, foi encarcerado em outra porta. Onde sua inocência não seja incoêrencia.
Aquele eu que via beleza na família, foi descartado e trancado.
Para nunca ser libertado.
Aquele eu que amava jamais voltará a amar, pois atrás da porta que ele está não há luz nem ar.
Aquele eu que se entristecia e se enraivecia, já nao pode ser encontrado. Esta totalmente preso, enjaulado.
Ficou apenas um corpo. E restos de memória. Uma existência vazia. Fria.
Como um buraco negro. Que nada pode fechar.
Passou a ser minha existência e não irá mudar.
Cada aresta, cada canto, cada porta foi fechada. Não há como voltar.
Pois o tempo não para.