O cachorro do Arlindo
Nilton Victorino Filho
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 18/07/19 21:59
Gênero(s): Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 2
Comentários: 2
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Palavras: 520
Livre para todos os públicos
Capítulo Único O cachorro do Arlindo

Arlindo era um sujeito normal, desses que vão à missa as quintas de noite e aos domingos pela manhã, aparentava uns 25 anos e morava só.

Dele, a vizinhança só sabia que trabalhava com tecnologia, técnico de alguma coisa, supunham.

A casa simples que ele morava não ficava à vista do povo, um muro enorme a escondia, acima do muro haviam uns fios e uma câmera de vigilância pendia, sempre que alguém se aproximava do portão, se podia ouvir o latido forte de um cão feroz, junto com isso, um arrastar de corrente.

Sempre que o Arlindo chegava, passava rápido para dentro do quintal, como se tivesse medo que o cachorro saísse para a rua.

Apesar de nenhum vizinho, jamais ter posto os olhos no Jacaré, todos o respeitavam e temiam sua fúria.

Qualquer pessoa que passasse em frente da casa, ouvia o latido ameaçador, muitos evitavam, quando iam chegando neste trecho da rua, mudavam de calçada.

E se imaginava como poderia ser o Jacaré...talvez um capa preta, ou um fila, quem sabe um dobermann...eram várias as opções, no que todo mundo concordava era que, o bicho era enorme.

A curiosidade do pessoal era tanta que, a professora do primário, da escola do bairro, passou de lição de casa um desenho do Jacaré, como cada criança imaginava a aparência do famoso cachorro do Arlindo.

É claro que as crianças se soltaram, em todos os desenhos o Jacaré era gigante, uma menina desenhou o diabo e coloriu de vermelho.

Houve uma temporada em que quase todas as casas foram invadidas e tiveram vários aparelhos e dinheiro furtados, me diga qual a única casa que os larápios pouparam...isso, a casa do Arlindo.

No dia que o Arlindo disse que ia se mudar do bairro, uma verdadeira multidão se formou do outro lado da calçada, a maioria já preparada para correr, nunca se sabe.

O povo fazia aposta, alguns guris se apinhavam nas arvores da rua.

Alheio a tudo aquilo, com o portão aberto, Arlindo ajudou os carregadores com os moveis e as caixas, toda vez que ele entrava em casa, a expectativa aumentava, os vizinhos ficavam com a emoção à flor da pele, o estranho é que ninguém ouvia o forte latido do cachorro.

Quando Arlindo e os carregadores terminaram o serviço, ele tinha uma caixa media na mão, passou a chave no portão e a guardou no bolso da calça.

Houve um grito na multidão:

_vai deixar o pobre do cachorro sozinho???

E o povo todo se indignou, Arlindo foi vaiado em coral, um vizinho criou coragem e deu um passo à frente:

_. Não pode, isso é desumano, tens que levar o cachorro contigo.

_mas eu estou levando o Jacaré comigo. Respondeu-lhe o Arlindo.

Alguns riram, uns se indignaram e a vaia aumentou.

_. Então cadê ele???

Diante da interrogação geral, Arlindo abriu a caixa que carregava e a mostrou para o vizinho.

O vizinho pareceu que estava tendo taquicardia, deu um grito e pareceu rir, ou chorar, só se sabe é que ele perdeu a fala.

O Jacaré nada mais era que um gravador, que funcionava com sensor eletrônico de movimento.

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Apreciadores (2)
Comentários (2)
Postado 02/08/20 16:20

Muito bom, meus parabéns!

Postado 07/09/20 15:18

Caramba, meu Deus, essa história foi boa demais!!!

Estou rindo feito doida hahahaha

Imaginei que o cachorro seria pequenino e frágil, mas nunca imaginei um gravador hahahahaha

Realmente muito bom <3

Um grande abraço <3