Não perguntes quanto dói tua ausência...
Grito silente, peito atassalhado, sorriso turvo,
Maquiagem enodoada por lágrimas desgovernadas,
Meia luz, vários cigarros, cheiro impregnado do teu perfume,
Noites vazias, frias, sem vida nas torturantes lembranças...
Não perguntes se já foste esquecida...
Cortinas entre abertas, guarda-roupa vazio,
Uma ou duas peças esquecidas, fotos espalhadas pelo chão,
Olhar marejado volvido para o lado vazio da cama,
Na mesinha de cabeceira você sorrindo feliz na promessa do sonho eterno,
Não perguntes como será o dia sem você...
Música esquecida do despertador anunciando tua volta,
Lágrimas misturadas à água que banha o rosto,
Segundos equívocos do perfume esquecido com o antisséptico,
Olhar inerte nos poucos fios de cabelo presos à escova,
Anoitecer, passos doridos na ingênua esperança de a porta abrir,
No lindo sorriso corrias, jogando-se nos meus braços,
Fica fria, seja feliz, o tempo enxuga as lágrimas.