As estrelas mais brilhantes da constelação da serpente fulgem em meus olhos. Sou feito de pó e ao pó retornarei, mas sem antes lhe pagar o que devo. Assim seja, assim seja. Permita-me ver através do véu, por onde rastejam os demônios do caminho do Demo. Eles são meus amigos, como a senhora bem falou, por isso tenho de pagar por aquilo que fiz. Assim seja, assim seja.
O chicote estala, o vergão se ergue, a história se repete. Tinjo o altar de vermelho, cor das rosas pálidas que morrem lá no jardim. Elas rezam por mim e por minha alma podre, carcomida pelos gordos vermes do pecado. Mate-os bem, senhora, para que nada mais volte a nascer em minhas feridas purulentas. Assim seja, assim seja. Salgue a terra com suas palavras belas, pois em terra salgada, nada cresce.
Puna-me por nascer serpente, vil ser dos jardins sagrados que jamais habitará o Paraíso. Puna-me com o amargor de suas maldições, que me livrarão das garras de Satã. O chicote estala, o vergão se ergue, a história se repete. Assim seja, assim seja.