na noite calada, eu deveria estar dormindo, já é hora.
mas não estou, regras não valem muito agora.
sinceramente, a coisa está se tornando quase que insuportavel.
quase intragavel, quase que me afogo nos próprios pensamentos libertinos.
eu realmente deveria esta dormindo, mas eu não queria.
toca a musica, sem legenda mesmo, mas sei bem o que ela diz.
a mais pura e tensa baixaria.
e o volume em vez de abaixar, só por vontade, agora eu aumentaria.
o calor que me habita está me matando, aos pouquinhos tira tudo de mim.
tira a calma, tira a boa moça que estava aqui até agora.
o pesadelo não acaba, mas eu gosto disso, gosto do pesadelo maldoso.
vou com ele até o fim.
e quantas vezes não pedi perdão ao meu pai que habita os céus por cair na tentação?
mas só de pensar no que a boca de certo ser poderia me fazer, ah, bem....
acho que terei que pedir perdão e refazer a oração.
o calor há de me matar, e se eu morrer, a culpa é tua, tua mesmo, que me fez cair naquilo que tanto evitei por anos.
deveria cumprir penitencia, orar para todos os santos.
mas não adiantaria, o calor me consumiria na próxima madrugada que eu permaneceria acordada.
e sendo sincera, eu não me importava, se for para morrer carbonizada pelo desejo e pela culpa.
que ambos me consumam, não ligo mais, "tô" sem paz.
mas eu quero mais, meu erro é sempre querer mais.
é algo que vicia.
a madrugada e o amor em excesso são minha companhia