Reclamou da vida e repreendeu-se por isso. Não era disso, pelo contrário, ela tinha tudo o que queria. Se queria um brinquedo caro seus pais compravam, se queria qualquer coisa seus pais compravam. Talvez fosse esse seu problema, Anita tinha tudo o que queria na hora que queria. Sabia que nunca valorizaria essas coisas.
Andava pelas ruas e avistou um morador de rua. O homem pediu-lhe um trocado para comer. A garota deu, aquilo não lhe faria falta. O senhor, em forma de agradecimento, entregou-lhe uma flor, feita de folhas de papel amassada. Anita sorriu para o mesmo e foi embora.
Em casa, olhou para seu novo presente e pôs-se a pensar. Nunca antes sorriu para algo assim, tão bobo e simples. Concluiu que talvez por isso jamais deu valor as coisas que tinha. Sabia que não ganharia aquilo de novo. Dinheiro algum poderia comprar a simplicidade.