Só nessa semana, eu confesso, te coloquei em linhas do caderno, te desenhei em espaços vazios, te cantei em versos aleatórios e te imaginei um pouco mais perto de mim com tudo isso. A verdade, entretanto, é que não nos veremos por uns anos, não é mesmo? Isso se formos mesmo nos ver depois. Não que isso me incomode tanto, para ser sincera... Eu não sei o que faria e como agiria diante de ti se nos encontrássemos, portanto, por enquanto, prefiro que esses quilômetros nos separem.
Você é minha tormenta diária, não há tempo em que eu não pense em ti, nem mesmo quando eu durmo tenho paz; você insiste em vir me visitar nos sonhos... O problema maior não é nenhum desses, apesar de parecer que sim. O pior de tudo mesmo é que, mesmo gostando tanto de você, não gosto nem um pouco. Não gosto da tua voz, do teu sorriso, da tua expressão séria, do teu cabelo, dos teus gostos... Não que eu os odeie, não! É que eu não lembro de nada disso de tão pouco que nos encontramos, de tão pouco que pudemos nos conhecer... E mesmo assim, cá estou, uma boba completamente apaixonada.