A minha falta de identidade arde de tal maneira que se espalha pelo meu peito como um alarmante incêndio, onde todas as esperanças e sonhos viram cinzas. Nada se recupera, mas tudo se transforma; no pior sentido que essas palavras poderiam ter, pois a confusão se converte em caos. A melancolia em dor. A infelicidade em desespero.
E quando percebo, estou envolta por aquela nuvem de fumaça sufocante; aquela névoa densa que me impede de ver o que há por trás de toda essa destruição irreparável. Não saber quem sou criou um dilema tempestuoso dentro de meu coração e a cada tentativa descoberta, mais forte a tempestade se torna. Quanto mais fundo eu mergulho, mais profunda é a dor em meu coração.
O fogo em meu peito arde, mas diferente dos incêndios poéticos, este queima minha carne até ela se tornar uma pilha patética de cinzas que serão abandonadas.
Talvez, no fundo, eu tenha consciência de que minha sina é a ardente dor de ser esquecida.