Começo no Fim
Sabrina Ternura
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 21/01/19 21:11
Editado: 28/01/24 16:09
Avaliação: 10
Tempo de Leitura: 1min
Apreciadores: 4
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Palavras: 167
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Capítulo Único Começo no Fim

O silêncio de minha solidão me conforta e o seu toque frio, não me machuca. Notei que tudo que é quente ou vivo demais, causa dor e parte a alma. As pessoas morrem por falta de afeto, já eu morri pelo excesso dele.

Meu maior sonho, foi minha faca de dois gumes. Meu amor, foi meu assassino.

O erro foi dele em me trair, mas a punição foi minha por tentar ir embora. Isso me rendeu um trágico fim e até hoje me pergunto se na noite em que eu morri, alguém me ouviu gritar. As pancadas queimavam e por um segundo, meu corpo estava em chamas, mesmo que houvesse sangue por toda parte e os olhos dele transbordassem uma frieza incomparável.

Quando ele cansou de me bater, meu coração decidiu fazer o mesmo.

Tudo o que veio depois disso, foi indolor e a melhor parte da minha vida começou, quando ela terminou. Jamais pensei que haveria algo de bom em não sentir nada, em ser vazio.

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Comentários (3)
Comentário Favorito
Postado 05/08/20 20:54

*girtoooooo” Sério, Brina. Esse texto é definitivamente o melhor da Academia do Choque. Menina, o que eu acabei de ler? Me abraça, na moral, me abraça!

Quando eu li a sinopse já fiquei um pouco intrigada com o que poderia ser, daí dei uma olhada nos gêneros e constatei o obvio, a Academia do Carinho não estava presente. Ok, até aí tudo normal, mas...

Eu não sonhava que poderia se tratar de algo assim quando comecei a ler. Esperei tudo, menos isso. Realmente em choque aqui.

O seu texto é tão real que me deu arrepios. Principalmente na parte quando ela relata que tentou partir, mas ele não permitiu. Conheço um caso assim. Existem tantos, eu sei, mas esse foi mais perto de mim e eu vi o quanto a pessoa ficou desgastada. É terrível.

Mesmo sendo um assunto delicado e pesado, você retratou ele majestosamente bem, Brina. Parabéns!

Postado 06/08/20 17:34

A realidade é arrepiante demais. Sempre que releio este texto me sinto perturbada...

Fico feliz que abordei o tema da forma correta, isso me traz algum conforto.

Obrigada, Flavinha ♡

Postado 21/01/19 22:00

É estranho como o início da morte pode ser reconfortante, mas depois vai se tornando algo insuportável. "Pessoas mortas não fazem mal a ninguém" e é verdade. Elas não podem te tocar, te machucar. Elas apenas não existem mais. Logo, o sentimento que tem por elas também pode deixar de existir. Contrário a pessoas vivas.

Mas não vim aqui dizer sobre morte ou pessoas, vim dizer que por mais melancólico que seja, é um texto vivo, triste, depressivo, mas não soa como morto. Talvez a beira de um precipício com um pouco de luz no fundo dos olhos, mas ainda assim vivo. E com isso, ele é digno de beleza e apreciação.

Tem um sentimento diferente. Gostei bastante. Meus parabéns!

Postado 22/01/19 00:14

Fico contente que tenha apreciado. Deixo a interpretação e degustação à disposição de meus nobres leitores (gostei muito da sua visão a respeito da obra).

Grata ♡

Postado 05/08/20 14:09

Estou em choque... Isso foi horrivelmente chocante.

Senti a dor, a angustia da protagonista, e doeu muito em mim... É tão triste pensar que essa é a realidade de tantas mulheres...

Meu coração se aperta em tristeza só de pensar que a morte, nesses casos, é a melhor das sensações, pois com ela termina o sofrimento, e só através dela se alcança a paz...

Seria pouco dizer que seu texto é completamente incrível ao tratar desse assunto!

Meus parabéns, querida Ternura <3

Um grande abraço!!!!

Postado 05/08/20 16:38

Esse texto realmente transmite uma triste realidade, mas é extremamente importante falar sobre ela.

Obrigada, querida Meiling ♥