O relógio toca, hora de ir à escola. Desenhos, jogos, experimentos de ciências, horta e parquinho. O sinal toca, mamãe está no portão. Corro para o almoço, hoje tem arroz feijão. Adoro batata smiles, quando tem nuggets então… Depois do salgado vem o doce, chocolate depois da refeição; e logo corro para a televisão. Ufa, quase perco a hora, achei que não fosse dar tempo, Sakura está para começar e depois é hora de brincar!
A cozinha está arrumada, pego as panelinhas para cozinhar, imaginando os ingredientes que na panela entrarão. Ah!Como é bom ter imaginação.
Digo à boneca: “Vamos nos arrumar, logo iremos passear”.
E ela responde “Roupa nova vou ganhar”
“Só se você se comportar”
Feche os olhos, segunda estrela a direita para a Terra do Nunca vai embarcar.
Mas não tinha meninos perdidos, nem pirata, nem fadas. Tinha almoço de domingo na casa da avó, viagem no final de semana, piscina e bicicleta. O lápis que brincava de escritório é a caneta que escreve. Lembro-me dos passeios no fim do ano, da chupeta que foi para o Papai Noel, das patinhas do coelho da páscoa, que saiam do elevador e iam até os ovos. Do meu pai andando de bicicleta e patins, de quando eu falava “não me solta pai”, de quando tirei as rodinhas. Das fitas do videogame, do famoso “assopra que resolve”, do bichinho virtual que gritava, dos tazos do salgadinho, das figurinhas do chiclete, dos pokémons do guaraná.
Lembro-me de quando as bonecas falavam, de quando o mundo era encantado e não tinha preocupação, como era bom!