Descartável
Scheffer
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 16/12/18 10:41
Editado: 08/07/19 20:27
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 2
Comentários: 1
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Usuários que Visualizaram: 10
Palavras: 389
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Sabe, eu costumo fazer uso da escrita para desabafar, às vezes da fala também (mas não se pode falar por aqui). A questão deste poema é justamente esta: por que diabos você nem ao menos me escreveu adeus? Foi um descarte, como se ser humano fosse descartável. Talvez aqui fique, já, uma ressalva: Não confunda às coisas, você não pode comprar tudo. E mais uma lembrança: O ser humano sente! (Parece óbvio, não?) Mas, acredite, há pessoas que parecem ter dificuldades de compreender isso. Boa leitura :*

Capítulo Único Descartável

Eu havia acumulado um calhamaço de descrença

Era para brincar, não para amar

Estava preparada para fazer amizade,

Apenas amizade.

Mas você recorreu.

Me pediu se estava tudo bem. Como foi sua viagem?

- Foi você quem cavoucou o meu amor, que estava enterrado,

E resguardado, a pelo menos 38 palmos do chão -

Eu fiquei eufórica, eu sempre fico.

Mas, minha euforia foi tomada por aquela voz de fundo

(chamada consciência)

Que dizia: não vai dar certo, são distâncias - no plural mesmo - demais,

Somam-se as distâncias, subtraem-se as probabilidades de êxito

EU SABIA!

Mas, algo dentro de mim, adora me enganar.

- Errei quando resolvi lhe creditar algumas moedas de ouro -

Está sendo triste, pois quando somos convencidos a confiar,

Tudo dói mais quando o algodão derrete.

E cada lembrança surge com uma farpa:

Quando você resolveu me dar presentes,

Quando você me convidou para viajar novamente,

Quando você disse que estava com saudades;

As quais você não consegue tirar,

E fazem questão de lhe ferir a cada movimento.

Talvez o mundo fique pior graças a pessoas como você,

Pois a cada elo de confiança quebrado, a gente aprende a

Desconfiar mais.

Mas o pior dos fatos, ainda reside no presente.

Aquele que supera a sua mãe de tanto ressonar:

Eu avisei, eu avisei.

E no final dói tanto, que você não sabe ao certo se a dor é de:

Engano, arrependimento, desilusão ou só paixão.

Ou talvez, uma sopa envenenada de tudo isso,

Que você toma dia após dia,

Com a esperança de ser curada de algo.

Mas, o que ainda mais me incomoda

Não são as farpas de lembranças,

Mas a luta interna do que eu criei de você

E a realidade de um monstro insensível

Que se revelou a pouco tempo

Quando nem se quer me deu uma explicação.

- A gente vira descartável e nem ao menos sabe o porquê -

Não, você não é obrigado a me explicar nada,

Na verdade, ninguém é.

Mas, o que faz de você um ser humano melhor,

É justamente a capacidade de entender que

As pessoas merecem uma explicação,

Principalmente aquelas que sabem ouvir,

E que gostam de lhe ouvir.

Você poderia ter sido o maior cavalheiro que eu já conheci,

Mas não errei de muito, uma abstenção de h e alguns ajustes,

Você foi o maior cavalo que eu já conheci!

❖❖❖
Notas de Rodapé

Fim.

Apreciadores (2)
Comentários (1)
Postado 03/01/19 17:05

QUE POEMA EXTRAORDINÁRIO! A sinceridade que permeia os versos é única e satisfatória, mesmo que o contexto que ela representa seja angustiante.

Meus parabéns ♥

Postado 04/01/19 08:19

Obrigada pela leitura Sabrina <3 a vantagem de sofrer, é poder escrever com a alma!

Abraços

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