Uma experiência de quase morte (E.Q.M)
Mari Freitas
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 13/03/16 12:42
Editado: 13/03/16 22:48
Gênero(s): Sobrenatural
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 6
Comentários: 4
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Palavras: 598
Não recomendado para menores de doze anos
Notas de Cabeçalho

Em meio as tempestades emocionais

descobri dentro do caos que existia,

equilíbrio suficiente para ser maior.

Maior que a dor que me consumia,

maior que a agonia.

Em meio a esse caos

eu vi que eu existia .

(fato este acontecido em 26/10/2012)

Infarto Agudo do Miocárdio

Capítulo Único Uma experiência de quase morte (E.Q.M)

Jessi tinha um dom, mas nunca ligou. Achava engraçado quando seus sonhos se tornavam realidade. Era algo que a atormetava.

Desde criança era assim, e quando adulta, nem se importava mais. Vivia normalmente , mesmo tendo esse incômodo a lhe pertubar.Estudou sobre esses dons adivinhatórios, oráculos, bruxarias, tomou gosto pelo invisível e pelo sobrenatural.Uma necessidade quase mórbida de saber do obscuro , daquilo que era de certo o maior temor de qualquer ser vivente, a morte. Lugar que todos um dia irão visitar.Frequentou igrejas, mesquitas, terreiros, fez até o sacrifício de ficar meses recolhida em locais em respeito a divindidades,oferecendo seu corpo em jejum, aprendeu um pouco de japonês para meditar num templo budista.

Jessi era um dicionário ambulante de aprendizagem espiritual.Sem saber, inconscientemente,Jessi procurava na realidade, se encontrar , descobrir de fato o que existia, que a fazia ficar entre o mundo que ela via com aquele que só ela via. Jessi não queria se passar por louca.Ela era receptiva a tudo, em roda de amigos, cantava e tocava violão, alegrando e juntando pessoas.A vida era sempe linda, e das vezes que pela vida ela chorava, ainda agradecia, pois acreditava em outra vida.E assim foi vivendo.

Até aquele dia...o dia que Jessi saiu, olhando flores, bichos, caminhando sem direção, costume que tinhaquase sempre quando queria pensar nas coisas do além...perguntas que se fazia ao caminhar,conversando sozinha,com o vento, com um ser invisível que por certo estaria a acompanhando e ria sozinha dos seus pensamentos...Em algum momento da caminhada, teve pensamentos tristes, de total desânimo, uma saudade sem tamanho de algo que nãosabia de que ou de quem...estranhamente seu peito doeu, o ar lhe faltou, um suor frio correu pela sua espinha e nada mais viu...

Como neblina Jessi se viu apanhada por mãos carinhosas, que a levaram se contorcendo em dores por corredores, maca,médicos, sofrimento...não entendia , porque estava tendo aquele sonho, porque se via duplamente, o desespero dela própriae sem poder falar, assistindo um teatro de horrores onde ela era a protagonista...De repente percebeu, que estava vendo seu corpo morrer...aquilo tudo não era sonho.Pela vida afora, buscou conhecimento de tudo que podia a respeito do outro lado. Finalmente ela estava tendo uma experiênciaque expandia qualquer livro ou templo que houvesse ido. Sentiu-se leve, e pôde enfim observar sem medo, e foi nesse momentoque sentiu uma presença áurea ao seu lado, por entre a neblina, conseguia sentir, e ouvir. Ficou se observando, sendo tratada,em contorsões de dor, e pôde observar que enquanto era devidamente cuidada seres invisisíveis estavam ao lado de cada ser humanoque estava tentando salva-la. Enterneceu-se com tanta beleza, sentiu uma paz tão grandiosa, uma certeza tão absoluta de que a vidaespiritual era de fato a verdadeira vida que estamos destinados a ter, que quando escutou pela primeira vez seu tutor ao lado lhe sussurrar: volte. Jessi se revoltou. Não! gritou, não quero voltar para aquele corpo cheio de dores, e pesado! Voltar seria uma felicidade mórbida, agora que sentiu como o corpo , aquele corpo deitado , era cheio de dores, falhas, doenças, podre! E mais uma vez, a voz lhe sussurrou, volte, ainda não terminaste o teu trabalho naquele corpo. Vá agora, e faça melhor tudo o que aqui você aprendeu.Jessi voltou.

E desde esse dia, Jessi nunca mais foi a mesma. Solitária, feliz, e de alguma forma, todos simplesmente a aceitaram como se ela tivesse feito uma plástica na alma. Nada mudou e tudo mudou. Jessi hoje se sente iluminada, como se ao sentir a grandiosidade do nada ser,fosse capaz de faze-la perceber que somos um espirito que habita um corpo, esperando a hora de voltar pra casa.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Relato do que senti no monento do infarto.

. Aos céticos, peço desculpas por não terem tido o privilégio de se saber mais que essa pútrida matéria. Maria Freitas

Apreciadores (6)
Comentários (4)
Postado 13/03/16 16:47

Sempre acreditei no espiritual, seu texto foi mais uma comprovação de que somos espíritos que possuem almas e que vivem dentro de corpos, o que é absurdamente incrível. Deve ter sido uma ótima experiência. Enfim, belo texto :D

Postado 13/03/16 18:13

foi sim , não há palavras para descrever ao certo tudo o que se passou, no entanto , posso lhe garantir, que voltei com mto mais percepção , e mto mais necessitada de aprender e evoluir.

obrigada pelo comentário.

Postado 13/03/16 20:09

Caralho, isso foi de verdade? Bah... chegou a estudar para ver se não era só uma alucinação? Digo isso, não por não acreditar, pois sempre é bom saber todas as "verdades" sobre um assunto.

Sobre o texto, bah.. foi muito louco, hehe. Me prendeu do começo ao fim e me deixou muito ansioso, querendo saber tudo que acontecera.

Parabéns pela incrivel história e capacidade de narra-la.

Eu só reveria a estrutura do texto. Eu acho que parágrafos maiores e texto justificado agregariam ainda mais.

Postado 13/03/16 22:54

C* ( como dama, rs coloquei * ) , em primeiro lugar, tentei fazer o que vc falou, refiz a estrutura, acho que ficou melhor.

e respondendo a sua pergunta, foi verdade verdadeira mesmo..

já tinha conhecimento de E.Q.M. pois sempre trabalhei dentro de hospital, e escutava mtos relatos a respeito. E como sempre fui muito curiosa a respeito de coisas relacionadas ao espiritual, ficava me questionando a respeito , se haveria realmente esse tipo de desligamento temporário do corpo físico .

Juro que não pedi pra ter uma experiência dessas...aff...mas , hoje, posso lhe afirmar com toda a pureza da minha alma, foi a experiência mais valiosa que tive até então.

Postado 13/03/16 23:39

Hahahaha. Bah, antes de colocar um asterisco, eu paro de usar palavrões, hehehe.

E que loucura isso tudo. Queria me aprofundar um pouco mais nessa história. Tem problemas conversamos sobre isso?

Postado 14/03/16 10:33 Editado 14/03/16 10:34

de forma alguma, isso são fatos que só eu posso relatar, os vivenciei...como disse no texto, fui a protagonista de uma experiência, que hoje sei, que todos , todos mesmo, inclusive um neurocirurgião renomado, a relatou também...todas as pessoas que tiveram a oportunidade (alguns acham que é horrível, não veem como eu), relatam a mesma coisa, com pequenas diferenças, por causa do grau de evolução espiritual que a pessoa tenha. caso queira se envolver mais no assunto, esteja a vontade.e sem dama mesmo, foi bom pra carai. e tenho dito

Postado 27/03/16 21:52

Eu mentiria se escrevesse que não me arrepiei durante a leitura. Uma dica que te dou é sobre a revisão do texto; senti a falta do espaçamento pós-pontuação em muitas frases, assim como houve palavras que acabaram saindo juntas. Uma breve relida fará você encontrá-los, ou se quiser, posso também ajudar com isso.

Sobre o tema, eu esperei muita coisa, menos um relato real, ligado também ao mundo espiritual. E, antes de mais nada, sinto muito pelo que teve que passar, e fico feliz que tenha - apesar de ter demonstrado na narrativa não querer - voltado. Conheço razoavelmente bem sobre a doutrina espírita, então sei que afirmar que isso foi um simples sonho, ou até mesmo alucinação, é errôneo. Uma experiência de quase-morte é algo muito marcante, mas também é um descobrimento de si mesmo para aqueles que a viveram.

Esse é um tema pouco trabalhado no mundo da escrita atual, e eu gostei de você participar do desafio com ele, apesar de ser um fato verídico (não que seja um ponto negativo, é que dá um aperto no coração em saber que nada ali foi fictício). É interessante, se me permite dizer, o modo como encara a vida. Na verdade, era como fugir dela, procurar pelo, como você mesma citou, o obscuro. Não é como se não houvesse motivos para não viver, apenas uma atração demasiada naquilo que todos temem: a morte.

Não houve violência, ao menos direta, não houve julgamentos alheios ou sentimentos extremamente negativos. Não. E foi interessante você descrever essa parte, uma visão diferente daquilo que vivemos. É como viver de modo contrário.

Parabéns mesmo, e obrigada por participar do desafio.

Postado 27/03/16 22:49

muito obrigada , não tenho nem o que dizer com o seu comentário, apenas, que é mto gratificante tudo o que vc escreveu.

E se não for incômodo demais, gostaria sim, que vc pudesse me ajudar fazendo a revisão para mim, tenho certeza que fará da melhor forma possível, além do que irei com isso me aprimorar aprendendo.

<3

Postado 30/03/16 00:49

Eu que agradeço pelo belíssimo texto ><

Claro, eu reviso e até final de semana eu te entrego, pode ser? Qualquer coisa é só chamar por MP sz

Postado 08/12/17 20:38

QUE COISA MAIS INCRÍVEL!

Sinto muito por suas dores e tudo o que você sofreu humanamente, com este infarto, mas de fato, depois de uma experiência dessas, a pessoa deve ficar mais leve e mais pronta a fazer da vida, um lugar bonito de se viver.

Parabéns pelo texto, e por uma alma tão forte e guerreira assim.

Deus me livre algo acontecer comigo, mas, se eu tiver uma quase-morte, que eu possa ter alguma experiência parecida. Seria transcendental!