Espionagem
Andréia Kmita
Tipo: Lírico
Postado: 10/11/18 17:42
Editado: 10/11/18 17:44
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min
Apreciadores: 1
Comentários: 1
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Palavras: 191
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Espionagem

O tempo quieto me sonda,

Deixo-o olhar quanto queira

E que me queira muito,

Em pontos do entretanto

E que careça tanto…

Tanto quanto a Terra do sol

As fadas do rouxinol,

O encanto do acaso

O libido do orgasmo,

Que me queira nos pleonasmos.

Tanto… Mesmo tanto

que não me deixe, pranto

afogado, ante o profundo do mar

a vida assim cessar.

Se não me deixas, tempo, veja quando:

Meus lábios mutavelmente selarem noutro,

A força da lua tomar de posse os corpos

E feito selvagens nos tragarmos aos poucos.

Testemunhe o fogo da casta no tremor

das veias embriagadas em torpor.

Como se estivéssemos a mil pés de altura,

Soprando em cumulonimbus sonho e loucura.

Como não espionar sem piedades avulsas?!

O que fizeste perceber nos punhados

de cabelos caídos, esbranquiçados

em visões extremadas suas,

fora o vislumbre das singulares sinonímicas

variantes, nas minhas inacabadas linhas nuas.

Assim que dispersar tal ímpeto de análise

no olhar, opaco ficará o brilho da psicanálise,

estaremos perdidos em migalhas microscópicas,

perdidos no espaço, flutuando em pedaços,

entre os cacos dos egos vossos dissipados.

O silêncio me cautela,

no penúltimo quartel da vida.

❖❖❖
Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 19/10/22 23:07

Caraca, que poema bem escrito! As estrofes criam uma dança poética cheia de rimas que envolvem o leitor na leitura e o arrebata.

Obrigada por compartilhar conosco!​​​

​​​Parabéns ♥