O tempo quieto me sonda,
Deixo-o olhar quanto queira
E que me queira muito,
Em pontos do entretanto
E que careça tanto…
Tanto quanto a Terra do sol
As fadas do rouxinol,
O encanto do acaso
O libido do orgasmo,
Que me queira nos pleonasmos.
Tanto… Mesmo tanto
que não me deixe, pranto
afogado, ante o profundo do mar
a vida assim cessar.
Se não me deixas, tempo, veja quando:
Meus lábios mutavelmente selarem noutro,
A força da lua tomar de posse os corpos
E feito selvagens nos tragarmos aos poucos.
Testemunhe o fogo da casta no tremor
das veias embriagadas em torpor.
Como se estivéssemos a mil pés de altura,
Soprando em cumulonimbus sonho e loucura.
Como não espionar sem piedades avulsas?!
O que fizeste perceber nos punhados
de cabelos caídos, esbranquiçados
em visões extremadas suas,
fora o vislumbre das singulares sinonímicas
variantes, nas minhas inacabadas linhas nuas.
Assim que dispersar tal ímpeto de análise
no olhar, opaco ficará o brilho da psicanálise,
estaremos perdidos em migalhas microscópicas,
perdidos no espaço, flutuando em pedaços,
entre os cacos dos egos vossos dissipados.
O silêncio me cautela,
no penúltimo quartel da vida.