Escuro
tori vibks
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 03/10/18 20:05
Gênero(s): Drama Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
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Palavras: 587
[Texto Divulgado] "Não Pare de Olhar" Uma mulher, isolada em seu apartamento, começa a acreditar que está sendo observada por alguém no prédio em frente. A paranóia começa a crescer levando o limite entre sanidade e loucura se tornar cada vez mais tênue.
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

O mundo se torna tão escuro se você permite que apaguem sua luz...

Capítulo Único Escuro

Abro meus olhos mas não faz nenhuma diferença, tudo está escuro,não consigo nem mesmo ver formas, engolida por essa total escuridão, grito,mas não escuto resposta, quando tento me mexer percebo que em meus punhos estão presos em correntes, eram tão pesadas que mal conseguia levantar meus braços, minha pernas também estavam presas.

Mesmo com todo o peso tento tatear o local, mas parece completamente vazio, e mesmo sentindo que as correntes estão presas a parede nunca chego a lateral da sala, após um tempo vagueando, me sento no chão, só então percebo que ele está úmido e viscoso, tento novamente gritar e pedir por ajuda mas dessa vez, minha voz não sai.

Sem saber o que está acontecendo e o por que, fico no chão esperando alguma resposta sair do breu, angustiada com medo, perdida e sozinha, choro. Durmo de exaustão, acordo no mesmo lugar, nada mudou, o mesmo breu, o mesmo chão umido e viscoso, as mesmas correntes, sem ideia de quanto tempo já passou, começo a imaginar o motivo de estar ali, o que fiz pra merecer tão terrivel punição...

Sinceramente não sei quanto tempo fiquei lá mas dormi e acordei tantas vezes que perdi as contas, não sentia fome, nem vontade de ir ao banheiro, com o tempo achei que fosse um pesadelo, mas nunca acordava... o tempo passou mesmo sem eu ter noção dele, acredito que após mais ou menos um ano naquele lugar a escuridão não me entimava mais a solidão se tornou confortavel, as correntes eram as mesmas do começo mas não faziam diferença alguma.

Eu nunca quis chegar ali mas agora que estava a tanto tempo, sair parecia uma coisa rídicula a se fazer, eu me habituei, e quando percebi isso, deitei e fiquei prestando atenção no silencio e no breu.

Acho que enlouqueci, após tanto tempo, escuto murmurios fecho os olhos e tampo os ouvidos habituada ao silencio aqueles pequenos barulhos me irritam. Que ódio os murmurios se tornam berros e nem tampando os ouvidos com toda força deixo de escuta-los, o que tanto gritam...

tiro a mão do ouvido e berro ´´cale a boca`` , os gritos param, mas volto a ouvir murmurios, dessa vez não tampo os ouvidos, o que falam não me era estranho aos ouvir a palavra repetidas vezes percebo, eles falavam meu nome, chamavam por mim.

Lembrei que em algum momento eu vivi fora do breu, tinha um nome e familia, amigos, tinha um cachorro também, as memórias eram tão fragmentadas que pareciam coisas criadas pela minha mente, afinal a única coisa real era o breu. Tentei me levantar mas quem diria, estava fraca, não tinha forças nos braços e nem nas pernas.

Deitada começo a chamar ajuda, mas dessa vez não paro, repito varias e varias vezes, até que escuto os murmurios novamente, continuo a chamar, as vozes vão ficando cada vez mais nitidas, fechos os olhos e com o resto da força que tenho grito por ajuda, desmaio.

Quando abro os olhos estou num lugar amplo, a luz incomoda meus olhos, há tanta gente em volta que sinto vertigens,mas percebo que as correntes que estão no pulso e em meus pés estão presos só em mim, de um pulso ao outro e de um pé ao outro.

Quando pergunto o que aconteceu,disseram, apagaram a sua luz, você poderia ter acendido, mas não conseguiu sozinha, pedimos desculpa pela demora mas passamos tanto tempo em nossas próprias salas que demoramos a perceber a dos outros, mas agora esta tudo bem você não esta mais só...

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Notas de Rodapé

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