flightless bird
6 de Janeiro
Tipo: Lírico
Postado: 25/09/18 00:15
Editado: 25/09/18 00:36
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
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Palavras: 252
[Texto Divulgado] "Não Pare de Olhar" Uma mulher, isolada em seu apartamento, começa a acreditar que está sendo observada por alguém no prédio em frente. A paranóia começa a crescer levando o limite entre sanidade e loucura se tornar cada vez mais tênue.
Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

faz tempo que escrevi este também

Capítulo Único flightless bird

há tempos eu não escrevia

sobre as lágrimas quentes que derretem meu rosto

sobre como eu me enforco solitária enquanto barulhos adormecidos me oprimem na madrugada

e sobre como eu desejo rasgar minha pele em mil pedaços

somente para sentir o gosto metálico e mal cheiroso da minha derrota.

queria eu, ser capaz de devorar minha própria língua e cuspí-la em meu corpo tão substituível

adoraria me engasgar até que meu coração não gritasse mais pelo carinho que alguém jurou que me daria...

eu falho diariamente

e a culpa é sempre minha

meu maior desejo é que todos os dias não mais existam

grito como quem não tem voz o suficiente para dar-se ao luxo de enrouquecer

urro como quem está devastada de tentar ao menos sentir-se digna de ser amada!

odeio cada parte desta casca que me carrega

sinto-me presa e tensa a todo e qualquer momento

pois eu não consigo apenas "dormir e calar a boca"

pois eu ainda não me dopo por prezar meus possíveis poemas que toda a minha destruição genuína poderá criar...!

meu corpo quer diluir-se em chuva;

em tarde serena de outono;

em abraços que se sintam felizes por me abraçarem;

e, em olhares que se sintam honrados ao me verem chegar...

mas tudo isso que me mata, continua me fazendo perceber

que não sou merecedora nem de paz nem de sono

nem de amor, nem de dia risonho

meu único presente é o abandono

e eu só penso em morrer.

passarinho, aonde estão minhas asas?

❖❖❖
Notas de Rodapé

até que ficou bom pra um senhor caramba.

obrigada por perderem suas asas comigo... teremos que aprender a correr.

Apreciadores (5)
Comentários (3)
Postado 26/09/18 15:45 Editado 26/09/18 15:47

O texto é totalmente real e descreve um período que regularmente volta à vida de todos nós. Rezo que você esteja passando por tudo o que escreveu, para que acabe mais cedo Pois temos tanto medo do futuro que esquecemos do passado que ele será um dia, talvez essa reflexão cure o suicídio. Enfim, o setembro amarelo está perto do seu fim tão qual nós.

Amei o que li, apreciei de verdade todas as metáforas e pensamentos e essas inovações estruturais, mas infelizmente não me acho digno responder a última pergunta.

Graças a Deus o tempo não para e renascemos todo dia Torço pela saúde mental do seu eu de amanhã.

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Postado 28/09/18 04:44

Muito obrigada pela preocupação, como eu disse, este texto eu escrevi faz tempo, não me sinto assim no momento, mas de uma forma ou outra sempre estarei sujeita, mas criar me mantém viva, sou salva pelas palavras. Obrigada por todo amor ❤

Postado 27/09/18 11:09

Hum.. sem palavras. Como e quantos de nós não se sentem assim hoje em dias. Presos em suas existencias, sem asas, apenas continuando.

Postado 28/09/18 04:45

É o mau (e o bom) da vida... Isso que a torna mágica. Um dia, toda alma atormentada achará sua luz. Obrigada pelo apoio ❤

Postado 03/07/20 19:56

Gostaria de discordar da sua pessoa, a obra não se encaixa no quesito "até que ficou bom", ela ultrapassa o "Ficou maravilhoso!" com toda a certeza deste mundo.

Me senti atada do início ao fim da leitura. Profundo e belo. Parabéns!

Postado 07/07/20 12:38

Como sempre, você com um comentário bem amoroso sobre minhas obras, obrigada, de verdade <3

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