A jornada do prazer
Samuel de Mattos
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 04/08/18 22:06
Gênero(s): Erótico ou Adulto
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 7min a 9min
Apreciadores: 1
Comentários: 2
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Palavras: 1167
Não recomendado para menores de dezoito anos
Capítulo Único A jornada do prazer

A jornada do prazer

Samuel de Mattos

Qual dos dois esperaria que, àquela hora da madrugada, estariam no mesmo lugar, depois de tanto tempo distantes? Quem teria imaginado que, depois da chuva forte que caíra sobre a cidade, eles dois se encontrassem tão inesperadamente? Nem o céu, nem as nuvens, tampouco as estrelas que, meses atrás, brilharam em seus olhos, produzindo imagens de abraços e beijos.

Entraram, tentando não fazer qualquer barulho. Apenas o barulho dos corações eles não podiam controlar. Na sala escura, tatearam as paredes até encontrarem a porta do quarto. O visitante foi para o banheiro. Poucos segundos depois, o outro, deitado naquele quarto escuro, ouviu a porta se abrir e passos macios se aproximarem — desta vez, a satisfação não conseguia se esconder debaixo do cobertor: ele sentiu o corpo estremecer, abraçando com vigor o travesseiro ao seu lado.

Exausto ao final daquele dia, José viu Ismael envolto na toalha de banho, e sorriu profundamente. Ismael fechou a porta e pôs a mão no interruptor. Aquele brilho tão esperado dos seus olhos se acendeu ao apagar da luz. Ismael tomou o celular e digitou o nome da música, e, coração pulsando violentamente, entregou-se. José acolheu-o entre seus braços ali no colchão colocado ao chão. Tinham medo de a cama fazer mais barulho além daquele que seus gemidos conseguiriam produzir. E o carinho e o tesão fizeram com que os dois se abraçassem tão forte, tão intensamente, que, no calor da emoção, o confronto entre suas almas desaparecesse.

Soava no pequeno ambiente aquela música do filme tão comentado por eles — Futile Devices, de Sufjan Stevens:

E quando eu durmo no seu sofá

Eu me sinto muito seguro

E quando você traz os cobertores

Eu cubro o meu rosto

Eu realmente

Amo você

Eu realmente

Amo você

[...]

E eu gostaria de dizer eu te amo

Mas dizer isso em voz alta é difícil

[...]

Mas você é a vida que eu sempre precisei...

E Ismael beijou a nuca de José. Este, então, lhe mordeu a orelha, deslizando a língua de cima abaixo. Ismael se arrepiou e desceu lentamente a mão esquerda sobre o peito cabeludo de José, enquanto a mão direita se ocupou de arrancar à força os shorts de ambos. Um pequeno fio de luz abrilhantava aquele recanto de desejo, entrando sob a cortina da janela. Os dois corações aceleravam-se cada vez mais. José se contorceu de prazer ao sentir que o corpo nu de Ismael, encima do seu, fê-lo se excitar muito além das noites solitárias em que o desejara ali — pau duro, escorrendo o líquido quente e viscoso, desejando ser devorado por uma boca macia e gulosa. Foi assim que Ismael o fez, como se lhe desvelasse as fantasias do pensamento: desde as orelhas e a boca de José, desceu com a língua até as bolas daquele pau extremamente duro que latejava muito forte. Ao engolir e passear a língua quente naquelas bolas, os dois suspiraram. E, quando Ismael subiu com a língua até a cabeça do pau, pressionando e salivando-o completamente, José gemeu tão alto, que pôs a mão na boca. Não podiam ouvir qualquer barulho lá fora — o paraíso daquele momento precioso somente a eles pertencia. Foi aí que, ao sentir seu pau ser engolido por inteiro, várias vezes e sem cessar, José puxou bravamente o seu parceiro para cima e sugou com toda força a sua boca macia e deliciosa. No escuro da madrugada, os dois corpos se enroscavam e se devoravam. José queria mais, e Ismael estava disposto a atender-lhe em tudo.

— Tesão da porra... Quero te comer bem forte, seu gostoso... — disse José, louco para penetrar em seu companheiro safado.

— Venha, meu puto safado. Me coma bem gostoso...

Não escorreram dois minutos para que José, vestindo a camisinha no pau extremamente duro, pusesse Ismael de quatro e lhe penetrasse delicadamente a bunda. Os dois gemiam intensamente a cada centímetro que o pau entrava na bunda macia. José não conseguiu se conter e começou a penetrar com força, rebolando e socando sem parar durante muito tempo. Ismael gemia e se contorcia, querendo que José fosse ainda mais rápido, devorando-o sem calma e sem dó; então levou as mãos até a bunda, abrindo mais as suas nádegas, para que as bolas do pau de José pudessem ir e vir tocando rapidamente a entrada. Fizeram assim até que Ismael tomou nova iniciativa e se atirou encima de José, sentando e levantando, rebolando e gemendo encima daquele pau grosso e latejante. O suor escorria dos dois numa velocidade atroz. De vez em quando, um ou outro lambia o suor dos corpos quentes e excitados.

A cada vez que Ismael subia e descia ferozmente sobre o pau de José, este abria a boca e se lambia, pensando como demorara tanto na vida a encontrar aquele macho que tanto lhe fazia bem, que tanto lhe atendia aos mais profundos desejos sexuais. A memória dos primeiros meses de diálogo se escancarava agora deliciosamente no movimento dos seus corpos, entregues para amar sem limites. Ismael, então, tomou a posição de dominador. Mais outra posição — a penetração que impelia ainda mais o corpo de Ismael para o de José, fazendo-os ficar frente a frente, perdendo-se em beijos ardentes — levava os dois para o ápice das maravilhas daquela noite mágica. Ismael penetrou com muita força em José. Houve, novamente, outra mudança: José penetrou novamente o seu parceiro, empurrando-o contra a parede, mordendo e chupando sua nuca e suas orelhas. Depois de meter até as bolas naquela bunda deliciosa, José se deitou no colchão e começou a se masturbar. Ismael, então, fez um pedido que José jamais esperara na vida, o qual pertencia à sua mais louca fantasia:

— Quero tomar o seu leitinho, meu gostoso, meu puto safado...

José respirou profundamente, e o fogo daquele momento, somado àquelas palavras do seu parceiro, só fez excitar ainda mais aquele pau molhado. Então, o rosto de Ismael foi levado até a cabecinha do pau pelas mãos de José, e este, masturbava-se com voracidade. Mal ele conseguiu se conter de prazer quando, pousando a língua sobre a cabecinha, Ismael se embebeu de boca escancarada daqueles jatos de leite quente e grosso que jorravam sem cessar. Ismael se lambuzou até a última gota e, lambendo-se com prazer, mostrou ao seu companheiro o quanto estava satisfeito. José então chupou o seu pau até que ele gozasse e lhe desse também do mesmo alimento. E os dois se alimentaram mutuamente. Agora, Ismael acolheu o rosto e o corpo de José entre seus braços, sussurrando aquela famosa frase do filme:

— Me chame pelo seu nome, que eu te chamo pelo meu...

José, suado e cansado, sorriu ternamente e respondeu:

— José/Ismael...

— Ismael/José...

E o fio de luz, projetando ainda aqueles corpos exaustos, mas suados de carinho e afeto, viu a madrugada continuar. Uma chuva fina começou a cair. E José e Ismael foram dormir abraçados debaixo do cobertor. Um beijo ainda quente selou o início da jornada que ali começava, mas que a noite agora conhecia sem pudor.

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Apreciadores (1)
Comentários (2)
Postado 08/12/18 14:08

Um texto forte eu devo dizer. Nao estou acostumado com o genero mas para uma primeira impressão devo parabenizar pela clareza de detalhes e pelo contexto

Postado 10/01/19 14:46 Editado 10/01/19 14:54

É a minha estreia no subgênero erótico, Luke. Ainda é algo novo pra mim. Com o tempo de experiência, hoje, vou dando mais atenção aos detalhes, porque eles, a meu ver, servem como retalhos que conjuntamente vão construir a essência dos personagens e da história. Ah, e se você quiser, ponha a música citada no conto pra ouvir enquanto vc relê-la. Muito obrigado, Luke! Vamo que vamo, hehe...

Postado 17/04/19 20:52

Incrivel sua escrita, adoro o subgenero erótico e todas suas qualidades, eu mesma, escrevo coisas neste genero em forma de poesia.

Devo congratular você pela riquissima obra.

meus parabéns