Era uma noite de sexta-feira. O velho ônibus escolar estacionara em frente ao portão de entrada do pequeno sítio, que se localizava na depressão entre duas exuberantes montanhas, e os poucos alunos que vieram no passeio de fim-de-ano da escola caminhavam a longa trilha até a casa de madeira que os hospedaria.
O velho estabelecimento infestado por cupins já fora um ponto comum de visita por vários colégios da região, principalmente pelos preços acessíveis da espelunca que os donos ainda tinham coragem de chamar de “hotel-fazenda”, além dos poucos atrativos interessantes que proporcionava de graça, tais como voltas a cavalo pelos montes arborizados que cercavam o local. Mas as propriedades ficaram tão largadas e mal cuidadas nos últimos anos que a maioria das escolas rompeu relações.
Renan parou de pé e fechou os olhos no meio da trilha, deslizou os dedos pelos longos cabelos negros e respirou fundo. Enquanto os demais estudantes ignoraram-no e continuaram caminhando desanimados em direção à velha pousada, o garoto de quinze anos sentia um ar especial naquele lugar.
— Anda,Cabelo! — exclamou carinhosamente o acompanhante que vinha atrás, último a descer do ônibus, utilizando o apelido que dera ao amigo quando se conheceram no ensino fundamental. — Nunca viu um hotel-fazenda caindo aos pedaços antes?
Kelvin era o oposto do parceiro, em todos os sentidos imagináveis da palavra: tinha cabelos louros e bem curtos, olhos castanhos, adorava falar bobagem e sempre vestia um sorriso no rosto, enquanto Renan costumava ser mais pessimista e fechado.
— O mais estranho é isso mesmo,Kel— falou o cabeludo ao encarar o amigo e então observar a velha, rústica e extensa casa de madeira onde dormiriam nas próximas noites. — A princípio eu não lembro de vir num lugar assim, mas estou sentindo… umanostalgia.
— Impressão sua, Cabelo. Tenho certeza que é a primeira vez que viemos nesse passeio.
— É, deve ser — concordou Renan, pensativo. — Por acaso ficamos no mesmo quarto?
— Segundo andar, número vinte e dois! — respondeu Kelvin com um sorriso no rosto. — Como não veio muita gente parece que ficarão apenas eu, você e o professor Gaspar no quarto.
— Gaspar… Gaspar? — sussurrou em tom de pergunta, ao que o amigo começou a rir.
—Hahaha, pelo jeito você continua péssimo com nomes mesmo, Cabelo. É o novo professor de História, lembra? Ele é bem legal até, converso bastante com ele.
—Hum— Renan voltou a caminhar em direção à casa enquanto tentava se lembrar do professor citado. Por alguma razão, não conseguia encontrar recordações de nenhum “Gaspar” dando aulas de História, mas imaginando que poderia ser armação de seu cérebro confuso e ultimamente desmemoriado, preferiu mentir para não preocupar o amigo. — Sim, sim. Claro, me lembro agora.
— Ele foi o primeiro a descer do ônibus e com toda essa sua enrolação já deve até ter chegado na casa. Vamos logo alcançar a turma — comentou Kelvin, apressando o passo.
Após alguns minutos caminhando, os amigos alcançaram a porta de madeira da hospedaria, que foi aberta pela dona do local, Louisa, uma senhora gorda que usava óculos fundo-de-garrafa.
— Seja… — titubeou ela com a boca tremendo, olhando para baixo. — Sejam bem vindos. Espero… que aproveitem o seu fim de semana no nosso hotel-fazenda.
Os visitantes estranharam o humor de quem os recebera e olharam-se franzindo a testa. Quando a passagem se libertou, os amigos entraram na casa e se depararam com uma sala de estar onde dois homens conversavam de frente um para o outro, com uma mesa baixa no meio, cada um com uma xícara de café na mão. De um lado, Daniel, um esquelético velho careca que era casado com Louisa e também proprietário do estabelecimento. Do outro, um homem de meia-idade alto e robusto, de barba grisalha e olhos azuis, que ao avistar quem entrara falou:
— Até que enfim! Os outros estudantes já foram para seus quartos, estávamos esperando…vocês.
— Desculpe, professor Gaspar — disse Kelvin —, nós viemos com calma pois estávamos apreciando o belo caminho até a fazenda.
— Uma razão compreensível — concordou sorrindo o professor, enquanto o dono encarava o jovem com um olhar irritado e sua esposa continuava com uma aparência nervosa. — Bem, apreciei muito conversar com você, senhor Daniel, mas não sou de ficar acordado depois das dez, e estou precisando de uma boa cama para descansar da viagem.
Gaspar levantou-se, caminhou até o velho e estendeu a mão em sua direção.
— Sobre o que conversamos,está de acordo?
O proprietário de grossas sobrancelhas recusou-se a tocar no professor, e apenas balançou a cabeça com uma cara resmungada. Kelvin observava o estado mal cuidado da casa enquanto Renan prestava atenção nos quadros pendurados na parede ao lado da escada.
— Dona Louisa, poderia fazer o favor de nos levar até o nosso aposento? — perguntou Gaspar à senhora cabisbaixa.
A gorda ajeitou os óculos e começou a subir os degraus lentamente sem falar uma palavra sequer. O professor foi atrás, seguido de Kelvin, e então Renan, que novamente se distraiu no meio do caminho.
O que chamou a atenção do garoto de olhos esverdeados desta vez foi um retrato que observara ao lado da escada. Era a foto de uma menina aparentemente da mesma idade que os estudantes, porém com características físicas bem peculiares: possuía cabelos brancos e uma pele extremamente pálida. Renan teve a estranha sensação de que já tinha visto aquela pessoa antes, mas ficou quieto.
Kelvin, que era bem mais tagarela que o amigo, fez o favor de perguntar por ele ao perceber a atenção que o parceiro dava ao quadro:
— Quem é essa moça?
A senhora que os guiava ignorou a pergunta, mas Daniel, que ainda estava sentado numa poltrona no andar de baixo, ouviu e respondeu:
— Não importa — pigarreou o velho. — Ela estámorta.
Louisa fez o que lhe foi pedido e mostrou o quarto aos visitantes, um cômodo com três camas de solteiro arrumadas e uma janela larga. Gaspar agradeceu e fechou a porta após os amigos entrarem, e os três deitaram-se em seguida: Kelvin na cama entre Renan e o professor.
— Me diz uma coisa, Kel… — sussurrou o de cabelos compridos, com o típico olhar sério. — Você acredita emfantasmas?
O louro cobriu a boca com as mãos para segurar a risada.
— Tá com medinho só porque a casa é velha, Cabelo? — riu baixo. — Essas histórias de fantasmas são tudo bobagem.
— Vá dormir, Kelvin — disse Gaspar, que estava deitado de costas para os dois garotos. — Amanhã será um diapesado, é bom você descansar.
— É melhor obedecer o professor — concordou Renan, fechando os olhos. — Boa noite.
Duas horas se passaram. Kelvin e Gaspar estavam dormindo há tempos mas as preocupações do outro jovem não lhe deixavam pegar no sono. Ele ainda não conseguia se lembrar de ter aulas com o professor que dormia no mesmo cômodo e isso o incomodava; seu amigo comentara que eles nunca tinham ido ali antes, mas o sentimento dedéjà-vuem tudo que observava era muito forte.
No meio da noite, o garoto sentiu que precisava tomar um pouco de ar fresco e caminhou até a janela, que havia ficado aberta para refrescar o quarto. Renan colocou a cabeça para fora, contemplou o horizonte e admirou a paisagem em meio à escuridão. Em seguida levou os olhos para baixo para observar o gramado em frente à entrada da casa; entãocongelou.
Seus movimentos paralisaram-se, seus olhos arregalaram-se, e Renan sentiu um calafrio angustiante percorrer todo o seu corpo.
O jovem avistava uma garota de pelebrancacomo arroz e cabelo tão claro que parecia quase brilhar no escuro, a mesma que vira no retrato pendurada na parede ao lado da escada. Seus olhos vermelhos miravam os de Renan, e com uma expressão fria e assustadora, ela parecia incomodada com a sua presença ali.
Por mais apavorado que estivesse, o jovem tinha dúvidas demais a serem respondidas, e aquela garota poderia ter algo a dizer. Renan seguiu seus instintos, saiu do quarto e desceu correndo ao encontro dela, do lado de fora da casa.
— Que-quem é você? — gaguejou ele ao avistar a menina.
— Você não deveria estar aqui — falou ela com o mesmo olhar frio.
— E você… Deveria?
A garota olhou para o chão e pensou um pouco.
— Também não.
— Naquela fo-foto… — Renan tremia. — Você é… a pessoa da foto ao lado da escada?
— Sim — respondeu séria e seca, enquanto encarava-o. O garoto ficou com ainda mais medo, pois o proprietário comentara que a menina da foto estavamorta, mas fazia de tudo para manter a calma.
— Eu vou morrer? — perguntou ele com os olhos úmidos, pois já não sabia mais o que esperar daquela situação.
A garota branca permaneceu em silêncio por alguns segundos e então fechou as pálpebras.
— A última pessoa que falou comigo… morreu.
Após receber tais respostas, interromper a conversa significaria jogar fora todo o progresso que conquistara, mas Renan não conseguia suportar mais o nervosismo. O pavor que as últimas falas dela lhe causaram foi tanto que ele simplesmente entrou correndo para dentro da casa sem pensar duas vezes. Ele não queria morrer!Por que fora inventar de ir atrás dela?!
O jovem de cabelos negros voltou para sua cama rapidamente e encolheu-se segurando as pernas juntas ao tronco com a cabeça virada para baixo entre os joelhos e fechou os olhos. Ficou refletindo nessa pose até o amanhecer, pensando sobre o professor de quem não se lembrava, sobre a hospedaria que era estranhamente familiar e principalmente sobre a misteriosa garota que também sentia já ter conhecido.
Gaspar acordou às sete horas da manhã com o toque de seu despertador, que fez questão de desligar antes que o barulho pudesse despertar Kelvin, que ainda dormia em sono profundo. O espírito inquieto de Renan não o deixara adormecer naquela noite, mas o garoto permaneceu deitado com os olhos fechados para que isso não fosse percebido pelo professor.
— Ah… — suspirou Gaspar fazendo um cafuné suave no cabelo de Kelvin. — Tomara que dê certo.
O suposto professor então saiu do cômodo, deixando Renan ainda mais desconfiado. Após dar tempo do barbudo descer as escadas, o garoto de cabelos longos foi segui-lo cuidadosamente.
Gaspar sentou-se de frente para Daniel, no mesmo local onde os jovens os avistaram na noite anterior.
— Ele não se lembra denadamesmo? — perguntou o careca, com a mesma cara mal-humorada de sempre.
— Nada — respondeu o professor. — Imaginei que ao chegar aqui ele poderia se recordar de algumas coisas, mas parece que toda sua passagem anterior pelo hotel foi trancafiada em algum lugar obscuro de sua memória.
—Tsc!É fácil lidar com os problemas inventando histórias para fingir que eles não existem.
— Já estou com ele há quase seis meses — comentou Gaspar. — Gosto de trabalhar ajudando o paciente a se recuperar sozinho, mas acho que terei dedar a realpara ele de uma vez.
Renan prestava atenção na conversa, quando ouviu um barulho vindo do fundo do corredor. Ele correu de volta para dentro de seu quarto enquanto dona Louisa trancava a porta de um outro cômodo no mesmo andar, saindo com um prato vazio em mãos.
Após esperar a senhora descer as escadas, o jovem foi sair do quarto para espiar novamente quando se deparou com alguémconhecidoem frente à porta.
— Por que você ainda está aqui? — questionou a boca pálida da menina. — Vocêaindanão entendeu?
Sem saber mais em quem podia confiar, e considerando que se a garota fosse lhe matar já o teria feito, Renan suprimiu o abalo do reencontro e resolveu colaborar.
— Não, me ajuda a entender?
A garota acenou com a cabeça e caminhou em direção ao quarto de onde dona Louisa viera mais cedo. O jovem a seguiu e ela trancou a porta por dentro após ambos entrarem.
Enquanto isso, Gaspar voltou para o quarto onde dormira e acordou Kelvin, que estranhou a falta do amigo mas se aprontou para a atividade matinal que fora convidado a fazer.
— Tem certeza de que o Renan já foi, professor?
— Não se preocupe — respondeu o homem de meia-idade caminhando na frente —, nósoencontraremoslogo.
Os dois desceram até o primeiro andar e deixaram a casa. Daniel estava do lado de fora, com três cavalos selados à espera.
— Essa manhã, Kelvin — explicou Gaspar —, nós iremos subir as montanhas cavalgando.
Após os três terem montado nos animais apropriadamente, o proprietário passou a guiá-los. Por uma hora, trotariam por barrancos, pedras e lama, a fim de subir o monte mais próximo da fazenda, por uma rota que a maioria consideravapouco segura.
Renan continuava trancado dentro do quarto, conversando com a misteriosa garota pálida.
— Você não se lembra daqui, não se lembra de mim? — perguntou ela, aproximando-se dele.
— Tudo me parece familiar, mas eu não consigo…
— Renan, nós nos conhecemos ano passado — disse ela. — Sou eu, a Bianca!
O garoto então levou as mãos à cabeça. Reconhecia aquele nome, e finalmente começara a se lembrar.
— Você… é a filha deles. A filha… que eles não reconhecem.
— Nesse mesmo quarto, eu te contei a minha história — iniciou a garota, ao sentar-se no chão apoiada sobre a parede. — Há dezesseis anos atrás, o casal de donos dessa hospedaria teve uma filha. Uma menina que nasceu “anormal”. Ela tinha uma pele claríssima, assim como seu cabelo. Ela era…
—Albina— completou Renan.
— Por causa das suas diferenças — continuou Bianca —, seus pais sempre estranharam-na, mas as coisas pioraram com o tempo.
— Eu me lembro… Foi porque ela… — o garoto sentiu um calafrio — passou a contar sobre aspessoas mortasque a visitavam à noite.
— “Filha do demônio” era como eles me chamavam — a garota olhou para baixo e agarrou os joelhos, encolhendo-se contra a parede. — Nunca mais falaram comigo, e passaram a me trancar nesse quarto sempre que a pousada recebia hóspedes, para que eu não os assustasse. Mentiam para todos que me conheciam, dizendo que eumorri.
— Mas agora você tem uma chave — disse Renan sentando-se ao lado dela. — Escapou ontem à noite, e escapou hoje de novo, para me chamar.
— Você nos visitou com a sua escola ano passado, Renan — a garota olhou para ele e sorriu —, e foi você quem me salvou.
—Eu?
— Sim. Você descobriu o que estava acontecendo, roubou uma das chaves e veio ao meu encontro — Bianca mostrou o item que utilizara para abrir a porta. — Claro que eu tenho que manter escondida, mas graças a você, Renan, eu posso sair para respirar à noite.
— Tudo está encaixando agora — percebeu o garoto —, nós passamos a noite inteira conversando, eu ia te ajudar a fugir! Como eu pude me esquecer?
Ao ouvir as palavras dele, a menina começou a lacrimejar. Usou as mãos para limpar os olhos, mas não conseguiu esconder a tristeza.
—Por que, Renan?— indagou Bianca, choramingando. —Você foi o único amigo que eu tive, por que você teve que me deixar? Por que você foicavalgarnaquele dia?
Os cavalos da fazenda continuavam a trotar montanha acima, e Kelvin estava bem inseguro quanto à completa situação, se indagando questões similares às de Renan, até que Gaspar segurou o ritmo e perguntou a Daniel, o proprietário:
— Já estamos chegando?
— Quase,doutor— respondeu o senhor de sobrancelhas grossas, para a surpresa de Kelvin, que puxou as rédeas e fez seu equino parar.
— Desde que começamos essepasseio, eu venho pensando, professor — questionou o garoto, com um olhar sério pouco comum —, em que dia mesmo que começou a Segunda Guerra Mundial?
—Ahn?— Gaspar estranhou a pergunta. — Como assim, Kelvin, por que você está…
— Por alguma razão — o rapaz encarou irritado e falou pausadamente —, eu não estou conseguindo mais me lembrar de nenhuma aula sua, “professor”.
— Calma — o barbudo respirou fundo. — Por favor fique calmo, Kelvin.
— Eu ficarei, assim que você me responder onde está meu amigo Renan!
— Nós precisamos conversar sobre isso aos poucos.
Gaspar foi se aproximar do louro, mas o garoto sacudiu as rédeas, bateu com os pés na barriga de seu cavalo e partiu em alta velocidade. Preocupado, o professor fez o mesmo, correndo atrás de Kelvin. Ao mesmo tempo que o jovem de cabelos negros completava o quebra-cabeça durante sua conversa com Bianca, seu amigo estava prestes a descobrir o mesmo.
Quinhentos metros na procedência da rota, Gaspar encontrou o cavalo que o louro utilizava próximo à beirada de um precipício, e o jovem ajoelhado ao seu lado, olhando por cima do íngreme barranco as rochas pontiagudas no fundo. Ainda haviam marcas de sangue nas pedras, apesar de já ter se passadoum anodo acidente.
Kelvin observava o abismo com um semblante triste, quando Gaspar se aproximou, desmontou e sentou-se ao seu lado.
— Você se lembra agora?
O garoto permaneceu calado.
— Um ano atrás, dois amigos fizeram uma viagem junto com a sua turma para um hotel-fazenda — começou a contar o professor. — No segundo dia, ambos saíram para uma cavalgada pelas montanhas,mas um deles…
— Você nunca tinha cavalgado antes! — gritava Bianca no quarto, chorando ao lado de Renan, que ouvia as palavras paralisado.
— Foi minha culpa — sussurrou Kelvin ao olhar para as manchas de sangue nas rochas enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto. — Ele nem queria, eu o convenci.
— A realidade é triste, Kelvin, mas nós temos de aceitá-la. Essa viagem foi feita para que você se lembrasse do que aconteceu, eaceitasse.
— Quem é você afinal, Gaspar?
— Doutor Lucas Gaspar. Seu psiquiatra. Você encontrou uma forma de esquecer todas as memórias de sua viagem de um ano atrás, e começou a agir como se seu amigo ainda estivesse vivo. Mas infelizmente, Kelvin,ele não está.
Tendo finalmente entendido sua situação, Renan levantou-se e olhou para os céus.
— Eu não pertenço a esse mundo, Bianca. Preciso encontrar minha paz ou meu amigo nunca encontrará a dele.
Na beirada do precipício, doutor Gaspar ficou de pé e estendeu a mão para ajudar o garoto.
— Eu te ajudarei a voltar para o mundo real, Kelvin.
— Muito obrigado por me ajudar a aceitar a realidade, doutor — disse o louro se levantando.
E com essas últimas palavras, Kelvin atirou-se do precipício e Renan desapareceu.
Do outro lado, os amigos se encontraram novamente.