“Bem-aventurados aqueles que cresceram na vida. Hoje, adultos, possuem uma boa casa, um bom carro, conforto, comodidade e tudo mais que o dinheiro pode comprar. Estes sim, possuem êxito na vida”. Mas, o que seria ter êxito ou uma vida bem-sucedida?
Diante de uma crise de valores, colocamo-nos a refletir, como diria a propaganda do Pão de Açúcar: O que faz você feliz? É fundamental para observarmos o que há de errado. Note, que involuntariamente, a palavra felicidade atrela-se ao êxito, a ponto de podermos decifrar esta pergunta, e responder o que é ter êxito.
Desde pequenos, somos programados a enxergar o dinheiro como um meio de conseguir o que queremos. Nossas alegrias, são fundamentadas nos presentes que ganhamos quando fazemos aniversário, quando chega o natal, dentre outras datas comemorativas. Observe em seu meio, se o que digo aqui, não é de fato realidade. Observe o quanto uma criança fica feliz ao ganhar um objeto, mais que por exemplo, ganhar um abraço.
Depois desta etapa, seguimos na busca dos objetos que, acreditamos, tornar nossas vidas melhores. Fundamentamos a escolha de nossa profissão, muitas vezes mais no retorno financeiro, do que a aptidão, afinidade e bem-estar que tal profissão nos proporciona. As consequências de nossas bases, fundamentadas no poder de compra, acredito nunca antes, estar tão evidente. Estamos vivendo em uma crise de valores, subestimando as pequenas coisas da vida, deixando “para lá” o que realmente deveria importar.
A prova disso, são os índices alarmantes de depressão, não só em pessoas pobres, mas inclusive, em indivíduos com estimado poder aquisitivo. Nota-se que o mesmo ponto, é alcançado por pessoas diferentes, a infelicidade, que parece surgir de um vazio, reflexo de uma sociedade que instrumentaliza o ser humano e humaniza um objeto. Ter êxito neste caso, parece fracassar quando a missão é ser feliz. Em um mundo destes, nossas almas parecem clamar por paz interior, solidariedade e amor ao próximo. Atributos que nenhum dinheiro no mundo pode comprar.
A conclusão que chego, é que está mais do que na hora de revermos nossos conceitos, começando por nós, propagando para nossos filhos uma educação que saiba valorizar as virtudes humanas, como o respeito, a justiça e a gratidão. Só assim, enfrentando todos os preconceitos impostos por uma sociedade de consumo, é que compreenderemos a essência de uma vida bem vivida, fundamentada na inteligência emocional, racionalidade e humanidade.