04 de Abril de 2076, Berlin, Alemanha.
22:30 pm, Segunda-feira.
Alexander caminhava lentamente pelas ruas de Berlin. Seu rosto estava, de certa forma, sereno. Ou pelo menos, era isso que ele deixava transparecer para as pessoas que o observavam por alguns míseros segundos. Ele ria por dentro, imaginando o quão inúteis e imbecis eram os humanos. Enquanto isso, os olhos esverdeados vagueavam a procura de uma presa. Estava faminto por prazer – o prazer que apenas gritos de desespero e dor, além de sangue jorrando por todos os lados, eram capazes de satisfazer.
Foi, então, que seu olhar pousou sobre um casal que estava claramente tento uma séria discussão. A garota estava aos prantos e o homem vermelho como um tomate. Enquanto observava, Alexander fixou os olhos na mulher; ela era mais frágil e com certeza seria uma presa fácil. Contudo, estranhamente mudou de ideia ao ver o homem estapear a moça. Trincando os dentes, recuou um pouco, adentrando em um beco, e tirou sua máscara do bolso de sua calça negra colocando-a em seguida.
Em meio às trevas do beco sem saída, Alexander esperou pacientemente. Enquanto isso, estalava os dedos de sua mão destra usando o polegar direito. O som dos ossos se deslocando faziam-no se sentir bem. Em seguida, voltava o osso pro local e repetia o procedimento. Parou assim que percebeu que o homem caminhava para longe da mulher e ela sequer tentou ir atrás dele.
Andou, então, até onde os dois estavam e olhou para o chão. Havia algumas gostas de sangue e aquilo fez com que olhasse para trás – na direção em que a moça tinha ido. Virou, então, o corpo para a direção contrária e começou a andar em direção ao homem. Iria tortura-lo o máximo que pudesse antes de, enfim, ser misericordioso.
Não demorou muito para encontrar sua vítima. O homem praguejava alto e xingava sem pensar duas vezes a mulher. Aquilo estava irritando Alexander, fazendo-o ter que cerrar os punhos para não pular de vez em cima do ser a sua frente. Até que, então, o homem parou e olhou para trás; encarou Alex com ódio, como se estivesse desafiando-o a ataca-lo. Alexander, no entanto, permaneceu parado.
— O que está fazendo parado aí, pirralho? Acha que me assusta com essa máscara?
O homem, então, deu dois passos em direção à Alex, contudo, hesitou e recuou ao ver o brilhante e mortífero olhar avermelhado do rapaz de cabelos platinados. Incapacitado de gritar, por que todo o ar que possuía nos pulmões fora esvaído num susto súbito, o homem virou-se e tentou correr o mais rápido possível para longe dele. Do monstro.
— Lixo. — Alexander o observou e riu. A risada era, de certa forma, grotesca e completamente psicopata.
Atrás de si, quatro patas avermelhadas, semelhantes às de uma aranha, formaram-se – cada qual medindo, naquela situação, dois metros. Apoiando-as no chão, pegou impulso e jogou-se em direção ao homem, como uma bala prestes a estourar o coração de alguém. Ao chegar em seu destino, segurou a cabeça do homem com uma mão e arremessou o corpo dele contra o chão. Em seguida, agachou-se e observou o humano tremendo loucamente de medo.
— Vocês, humanos, são patéticos. Sequer servem para um pouco de diversão. — Alex dizia enquanto pegava uma das mãos do homem e quebrava dedo por dedo. — São piores que lixo, na verdade. E você vai ter um fim especialmente doloroso, sabe o motivo? Vamos, me divirta um pouco, responda.
O homem apenas gritava e chorava de dor. A cada osso quebrado de seus dedos, ele rezava silenciosamente para que a morte o buscasse. Contudo, no fundo, ele sabia que iria ser algo doloroso. Já tinha ouvido falar de um serial killer que assombrava Berlin fazia um tempo e, agora, ele estava cara a cara com o psicopata.
— Verme. — Alexander, então, quebrou a munheca do homem e, fazendo ainda mais força, arrancou a mão dele. — Estou falando contigo, será que não pode ter a dignidade de me responder?
Ele esperou por uma resposta e acabou frustrado conforme notava que aquela vítima sequer implorava por misericórdia. Agachou-se novamente e, segurando a mão amputada do homem, enfiou-a na boca do sujeito.
— Ah, que indecência a minha. Perdoe-me. Não notei que estava com a boca cheia e, por isso, não conseguia falar comigo. — Alex riu, levando a mão até seu olho esquerdo. Então, passou a observar novamente o homem. — Vou acabar com você, seu lixo.
Sem esperar mais, Alexander Van der Hout simplesmente destroçou o corpo do homem que sequer sabia o nome. As patas avermelhadas fizeram todo o trabalho, conforme Alex as moldava conforme sua vontade. Seus olhos brilhavam de êxtase e sua risada tornava-se cada vez mais sonora e psicótica conforme o sangue espirrava em si mesmo. Ao terminar, lambeu os resquícios do líquido escarlate que respingara em seus lábios e voltou a andar. Caminhou para longe do local, sem sequer se importar com toda a sujeira que fizera.
Aquilo, para ele, era sua obra de arte.