Olhando para as minhas mãos, percebo o quão flagelado sou. Fragmentado pelo tempo, rachado pelas circunstâncias.
Num círculo tão complexo, eu poderia ser a existência mais simples e pequena, totalmente fundido com o meu passado, à espera de uma explosão desconhecida de sentimentos.
Me vejo cabisbaixo, recolhendo o pouco de felicidade que encontro no chão, remoendo emaranhados de desilusões e inexplicáveis afetos, que provavelmente nunca foram de fato afetos, e sim paredes nas quais me recostava durante a maior parte do tempo. Nada possuía essa estrutura tão complexa que analisei por tanto tempo, uma ideia imposta por mim mesmo, em minha própria mente.
Por tanto tempo procurei a origem da dor, sem saber que eu era a doença.