Estou cansada, porém, acesa o tempo todo.
Por mais que eu queira, nunca consigo dormir de imediato, demoro horas, dias, um infinito, algo se esfarela por detrás de meus olhos, os esfrego torcendo as pálpebras - meu mundo tem manchas verdes e escarlate fluorescentes.
Sempre me sentindo sugada, anestesiada, oca, chacoalhada e petrificada num estado semi-crepuscular.
Sou um desperdício de inteligência e informações, um despropósito existencial.
E existir vem se mostrando ser apenas uma força da natureza. Não mais minha... Aliás, nunca foi.
Desiludir-me comigo mesma, é a mais dolorosa desilusão.