Inferno
Era uma noite absurdamente quente, ninguém na cidade conseguia dormir, os cachorros de rua latiam por conta da indignação. Já era quatro horas da manhã e ninguém havia conseguido repousar, os que tinham ar condicionado, por conta do barulho dos animais, e aqueles sem o aparelho por conta da soma de fatores e principalmente o clima anormal daquela madrugada de dezembro.
Era dia 22 de dezembro, o natal estava próximo, época que todos tendem a trabalhar mais para compensar a folga na noite da véspera de feriado, e ninguém havia dormido uma noite inteira, alguns cochilaram por conta da exaustão, mas uma coisa é certa, não há uma pessoa que tenha descansado bem aquela noite.
Antes que qualquer um conseguisse acreditar naquele inferno, os despertadores na cidade inteira começam a soar, já eram cinco horas, as pessoas começam a se levantar mesmo que quase sem forças.
Depois de tomar um banho em uma tentativa inútil de combater o calor as pessoas tomam um rápido café e vão cada um para o seu destino porem todas já tem em mente que não conseguirão cumprir com seus prazos e já vão prontos para ouvir reclamações de seus respectivos chefes. Trabalhando até a exaustão e a fadiga completa do corpo apenas poucos duram até o fim do dia, uns desistem e são forçados a voltar para casa desempregados enquanto outros por não cumprirem com seus horários tem que levar trabalho para casa e trabalhar na véspera de natal também.
Após passar por esse teste ainda há um desafio que muitos tem que enfrentar, a compra do presente paras as festas de natal, esse é um momento que as pessoas precisam enfrentar trânsitos enlouquecedoras e filas exorbitantes, após algumas horas com o presente comprado cada um volta para sua casa esperando ter um merecido descanso, entretanto desde a madrugada o clima não melhorou nada, pelo contrário, ficou ainda mais quente.
Todos tentam dormir cedo nesse dia, nove horas já estavam em suas camas se remexendo de um lado para o outro na esperança de algum jeito se esconderem do calor, passam horas antes que alguém consiga dar um cochilo por conta da exaustão, e antes que alguém possa acreditar, os despertadores soam novamente indicando que já são cindo horas novamente.