Olhava, mas não via. Viu, mas nem sequer olhou. Na escura esquina entre razão e emoção, duas pessoas encontravam-se e perdiam-se. Em meio à vazia multidão, os pensamentos seguiam o caótico fluxo. Esquerda e direita nem sequer pareciam opções, mas simplesmente seguir em frente não bastaria. Iriam colidir, capotar e muito provavelmente morrer. Os burburinhos dos espectadores apenas deixavam a escolha mais difícil. Um passo, depois outro. Seguiriam em frente. Arriscariam tudo. Cada vez mais próximos, mais incerto. As vozes silenciosas gritavam o quanto era perigoso. Ignoraram e seguiram em frente. Estavam seguros, tão seguros que desviaram no último momento.