Acho que só agora eu entendi o que me disseram um tempo atrás sobre “ter empatia”. Realmente não é agradável a sensação de uma corda no pescoço. Eu estava esperançoso que meu pescoço quebraria com o peso do meu corpo durante o impacto da queda, contudo, não tive essa sorte. Agora vou ter que ficar aqui pensando e refletindo até que o ar faça uma falta significativa e eu morra.
Eu na visão de assassino pensava que a vítima sentia algo diferente. Agora, nesse momento, como alguém sendo enforcado, isso não parece tão glorioso assim. As vítimas não sofrem tanto quanto eu pensava...
O que eu tinha na cabeça afinal de contas? Não sei dizer o que de fato motivou tudo que fiz, mas era bom de sentir. Bem, se nem eu mesmo entendo é sinal de que sou de fato um doente. Eu não entendo as pessoas, contudo. Eles estão me matando afinal. De certa forma são iguais a mim, mas eles têm boas razões – matar um criminoso. Junto com essa similaridade de assassinato eu adicionaria frieza também. Sim, olhe para eles. Têm muitos aqui os quais nunca me viram e nem eu sequer os vi, mas ainda assim eles se regozijam com isso. Agora me diga, o que diferente temos além de que eles usam farda e eu essa roupa laranja? Eu fui pego e eles não. Eles se divertem com isso também, mas eles estão debaixo da lei, e eu não.
Bom, meu tempo está acabando. Tenho alguns arrependimentos, como por exemplo não ter usado luva na última vez. Ou da vez que eu estava de cabelos soltos e alguns fios esvoaçaram na cena do crime. Mas entre eles eu acho que foi não ter seguido o exemplo do meu pai e virado policial.