Eu de fato acho que esse poema está bem escrito, e muito bem escrito, por sinal. É interessante que eu consegui dividir o poema em três momentos: o amor por ela, a realidade vivida, a reza/esperança. Três momentos que todos nós passamos, seja no amor carnal, fraternal ou emocional.
No amor por ela notamos temos o relato das consequências, no caso do eu-lírico, de enxergar a amada em quaisquer lugares, em quaisquer momentos. É sempre ela, vai ser sempre ela. Porque a paixão nos deixa cegos diante de algo, e só conseguimos assimilar cada coisa com a pessoa amada. Clichê, meloso, mas a verdade nua e crua.
A realidade vivida não é tão doce assim, afinal, nem sempre se é recíproco, ou bem visto. E esconder acaba se tornando a melhor alternativa; enquanto se sofre no âmago, um sorriso falso se faz presente. É demonstrar ser forte por fora enquanto por dentro o coração se corrompe, destrói, tenta se reconstruir.
E por fim é a deixa do eu-lírico, a reza de que tudo dê certo, a esperança de que se torne real. A confirmação íntima do eu-lírico, o conformismo.
Porque o amor sempre vai parecer uma fuga do céu, o pecado mais amado. O crime mais desejado.