BNRC
Matan
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 14/12/17 13:34
Editado: 28/01/22 00:45
Gênero(s): Drama Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 15min a 21min
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Notas de Cabeçalho

Erros de um apaixonado.

Capítulo Único BNRC

Queria ser uma lição de amor para as pessoas, queria mostrar que o amor consegue fazer qualquer coisa, mas já não tenho certeza, porque não sei se consigo mais o amor daquela que amo, o que vou contar é como eu, milagrosamente, me apaixonei por uma garota completamente diferente de mim, por motivos que eu não sei quais são.

Não lembro mais que data de novembro de 2015 fui apresentado para ela, mas estávamos na mesma roda de amigos, e me mostraram uma pessoa, e um nome, ------. O engraçado é que eu estava no melhor de meus dias, e talvez como nunca mais vá acontecer, eu conversava com ela com o melhor de meus sorrisos, o melhor de meus pensamentos, sinceramente, o melhor de mim, naquele mesmo dia, ela me deu um número de celular, e eventualmente conversávamos por whats.

Todos os dias a partir daí, o tempo de intervalo que antes eu passava comendo e observando as pessoas, com o fone de ouvido, aquele que era o meu mundo, o lugar onde eu apenas olhava os outros, e [...] acho que só isso. Desde que eu conheci a Brenda, aquele tempo pra mim, se tornou meu tempo pra ela. Houve dias, mas poucos, nos quais eu aproveitava aquele tempo pra mim, eu comia, eu jogava basquete, eu ria com meus amigos, mas nunca, desde então, aquele tempo era só pra mim, sempre tinha um pedaço dela. Talvez este seja um dos motivos que ela não sai da minha cabeça.

Era muito bom o tempo que tinha com ela, não sei por que, mas eu conversava com ela muito, diferente de outras pessoas, não tinha aquele vazio na conversa onde um olha para o lado, ou procura alguma coisa pra fazer, era sempre assunto atrás de assunto, talvez este seja o segundo motivo.

Depois de algumas semanas, eu decidi pedi-la em namoro, o que foi a minha sina, ou a minha perdição, já que não sei ainda o final desta história: Não lembro a data, mas lembro de que era uma sexta-feira, estava pensando no melhor dos pedidos ao longo da semana inteira, mas, infelizmente não fiz o que estava em mente, essa uma sensação muito ruim, tu planeja tudo, o mais incrível de todos os acontecimentos, mas ao final da aula, ela se despede de mim pra entrar no ônibus e tomar seu rumo casa, eu a puxo num abraço forte e sussurro “Quer namorar comigo?”, um sorriso aparece em mim frente, o coração bate mais forte, e as únicas coisas que passam na minha cabeça é: “Talvez o pior de todos, mas consegui fazer o pedido”, “Espero que ela aceite”.

O fim de semana vai embora, talvez naquele fim de semana eu dormi umas 30 horas, só pra passar rápido, mas o que importa é que a segunda-feira estava ali, eu não falei com ela ao longo de todo fim de semana, dei o espaço pra ela.

Na segunda-feira, eu estava ansioso, senti o meu coração ainda batendo rapidamente enquanto esperava por ela, não consegui vê-la até a hora do intervalo. Quando eu a vi, fomos junto com um casal amigo para um lugar vazio do colégio, ela, linda, incrivelmente maravilhosa, engraçado que fiz questão de ficar num lugar mais baixo, ela segurou meu rosto e disse “sim”, me deu um beijo, e um sorriso que eu nunca mais vou esquecer, nessa hora lembro-me de uma das coisas mais incríveis entre um casal, o toque: eu num piso mais baixo, similar à diferença de degraus de uma escada, coloquei minha perna no degrau de cima, a perna dela encostava na minha da forma mais sutil e doce que jamais conseguiria imaginar. O engraçado é que aquele não foi nosso primeiro beijo, foi apenas um selinho, mas eu já era a pessoa mais feliz do mundo.

No segundo dia de namoro, algo mudou, ela não estava mais a mesma pessoa, eu entregava todo o meu tempo pra ela, e ela já queria fazer o mesmo, ela estava distante, parecia que eu era um bichinho de estimação, seguindo ela pra todo canto, e ela fugindo de mim, foi um dia muito chato.

O pior dia foi na quarta-feira, o terceiro dia de namoro, ela não queria mais uma relação, nem teve a coragem de me falar, pediu pra falar sozinha com um amigo, ele que me disse, ela só sumiu, e seguiu o rumo dela, sei lá pra onde.

Essa foi a parte mais fácil da história, no fim de semana que se seguiu, houve uma festa da sala, onde eu ainda gostava dela, mas aquele era o dia de lavar a história e deixar de lado o que aconteceu, ao longo da semana, penúltima semana de aula, creio eu, ela evitava me olhar, mas não era o que eu queria, estava um pouco triste, mas não houve nada tão grande, ou forte. Na sexta-feira, eu tomei coragem pra falar com ela, tivemos uma conversa legal, em resumo eu mostrava pra ela que não havia necessidade de mantermos distância por um acontecimento pequeno, dei a ela um balão que comprei pra ela antes, não lembro quando, e voltamos a ser amigos.

Na segunda-feira seguinte, fui ao colégio, e esperando a ------, que agora voltou a ser minha amiga. Ela faz a coisa mais irritantemente maravilhosa, ela me abraça e me beija, a única coisa que lembro alem de estar extasiado pela situação, é de olhar pra nossa amiga (M---) com uma expressão no rosto, tentando perguntar pra ela “O que está acontecendo?”, foi o melhor dia da minha vida, peguei meu violão que estava em casa, levei meu notebook, e ficamos o dia todo na sala vazia do colégio, ali que aconteceu nosso verdadeiro primeiro beijo.

Todos estavam pedindo pra ela me dar um beijo de verdade, ela fechou a cortina e me pediu pra descê-la da cadeira, eu a abracei, e ela me beijou, eu percebi que não precisava de mais nada pra ser feliz, eu não consegui conter meu sorriso mais o resto do dia, ainda lembro daquele dia como se fosse ontem.

Era dia da minha formatura, e infelizmente ela não pode ir no evento, mas eu não me importava mais, eu já tinha o que queria, ela estaria sempre comigo. No dia seguinte, eu já não estudava mais naquele colégio, mesmo assim eu tinha que ir, eu estava indo ver a ------, com meu violão e meu notebook, tava tudo normal até a pedagoga me expulsar do colégio, foi pelo menos engraçado.

Já tinha começado as férias e eu só a veria depois disso, por sorte a Mary nos ajudava, quando a ------ perdeu o celular, a M--- ia a casa dela pra conversarem comigo, foram os dias que me ajudavam a sobreviver.

Um dia nessas férias, eu conseguir ver a minha amada graças a uma ideia que tive, a Mary ia mudar de cidade e eu decidi fazermos uma despedida com pizza na casa da M---. Tudo ia tão bem e quase tão perfeito, só tinha um problema, a Brenda parecia não estar lá, ela estava lá, mas não estava feliz, e eu só queria saber o que ela queria, mas ela não me ajudava a ajuda-la, o que deveria ser um dia divertido, acabou não tendo este efeito.

Volta às aulas do colégio, e eu estava morrendo de saudade dela, e estava preparado pra ir vê-la, mas ela não. Cheguei lá, querendo só um abraço e um beijo, ela nego os dois, eu estava a acompanhando enquanto ela, novamente estava fugindo de mim, até que ela decidiu terminar comigo, meu mundo caiu, e eu não sabia o que fazer.

Ao longo do primeiro semestre, ela era meu único pensamento dia, noite, madrugada, dias bons não eram mais tão bons, dias ruins só eram piores, ela me pediu duas vezes pra ir ver ela, eu fui na esperança de ela voltar comigo, nenhuma das vezes ela queria isso. Em resumo, aquele com certeza ia ser o pior ano da minha vida.

Então meu plano pra acabar o ano bem e começar um ano novo melhor, era passar o fim de ano na praia e praticamente recomeçar minha vida, mas eu não contava com uma coisa.

Era alguma quinta-feira de Dezembro (2016), eu estava em casa, sem mais estudos por que a faculdade já tinha entrado em férias, eu estava em casa quando recebo duas notificações no Facebook, era a ------, a garota que eu jurei esquecer curtido e comentando uma foto minha, e depois me manda uma mensagem, ela disse que quer voltar comigo, que sentia saudade de mim. Essa foi a primeira vez que pensei duas vezes pra aceitar o pedido de a gente se reencontrar, a conversa foi incrível, ela queria voltar comigo, e me pediu pra acompanha-la no baile debutante que ia acontecer 3 meses depois, matei a saudade que tinha do beijo dela, do toque dela, de ver ela, matei a saudade de estar com ela.

Mas essa felicidade durou muito pouco, trocamos mensagens a partir daquele dia já que eu não podia ir a casa dela, nem ela podia sair de casa direito. No fim de semana seguinte, durante as mensagens, eis que o papo fica estranho, ela dizia que tinha mais alguém na conversa, esse alguém (ela disse que era a prima), me perguntava se eu realmente amava ela e por que eu não a pedia formalmente em namoro, e eu louco do outro lado da conversa dizendo o quanto ela era importante, e o quanto eu tinha medo e queria ter certeza que não seria rejeitado pelos tios da ------.

Na segunda feira, ela tinha aula, e eu estava lá pra vê-la, meus amigos conversavam com ela nas últimas aulas, que foram vagas pra eles. Quando a aula acabou, éramos 3 casais, eu e ela mais 2 amigos e suas respectivas namorada, caminhando, ela me mostra um texto que ela “fez”, dizendo o quanto ela era feliz por estar comigo, e como só eu estar lá ela já ficava bem. Pediu-me para pegar dinheiro pra ela pagar o ônibus, eu consegui. Mas, incrivelmente, ela não deu um sorriso, muito menos um beijo.

Chegando a casa, ela me diz por mensagem que está preocupada porque os tios dela descobriram, o desespero bate a minha porta, e acrescenta que déssemos um tempo, para esfriar a situação. Em paralelo no grupo do whats com meus amigos, os que conversavam com ela, e outro que a via no colégio, falaram que ela mente, junto de áudios demonstrando, dizendo que ouvindo ela conversando com amigas, ela assume ter me traído. Diante daquelas afirmações, somado ao fato de ela ter me magoado no começo do ano, eu à respondo que a gente deve terminar de vez.

Meses se passaram, era Maio (2017), e ela mais um me vez me manda uma mensagem dizendo que precisava falar comigo, como a minha paciência tende ao infinito, e a esperança é a última que morre, aceitei, ela diz que acha que está grávida, que brigou com o namorado, e me quer de acompanhante no casamento, que aconteceu no sábado seguinte.

Eu aceitei, tinha acabado de comprar um blazer e era uma ótima oportunidade usar em um casamento, sem falar que ela estaria do meu lado. Foi uma ótima noite, e eu nunca vou ouvir “Despacito” sem lembrar-me dela, entretanto, ela me pediu algumas vezes pra falar com o namorado, isso me chateou bastante.

Tentando estar mais próximo dela, chegamos numa conversa onde ela diz que gostou de mim, a ponto de me querer por perto, mas não tão perto assim, então me afastei dela, mais uma vez. Passaram-se os meses, as vezes ela mandava mensagem, como amiga, as vezes eu queria saber como ela tava.

Era um sábado, a ------ me manda mais uma mensagem desesperada, dizendo que precisa da minha ajuda, quer era pra me encontrar com ela no mesmo dia, minha paciência intacta, e o mundo acaba antes da minha esperança, então estava lá, pela segunda vez, ela diz que brigou com o namorado e que estava grávida, e desesperada, disse que eu ia passar a noite na casa dela, porque ela tava muito mal.

Chegando lá, a família dela ocupada, ela decide iria casa do namorado, conversar sobre o que tava acontecendo, e eu olhando os familiares dela indo pra lá e pra cá, a mãe xingando de formas inacreditáveis o genro. Depois de horas, ela ainda não tinha voltado, pelo que a mãe da ------ falava do genro, eu temia o pior, chegando a casa dele, os dois conversando, a mãe dela começa a gritar pedindo pra ela sair da casa, ela negando a sair, a mãe pede pra que eu não deixa a ------ entrar de volta, e depois de muita confusão eu convenço a mãe dela ir embora que eu entregava ela em casa.

Durante o minuto seguinte, vi a cena que se a ------ estivesse se referindo a mim, eu estaria tão feliz, por conta do desespero que ela tinha em sentir estar perdendo o namorado, ela chorando desesperadamente e falando como estava preocupada com o fato de poder ser mãe solteira. Por fora eu estava com uma cara de nada, como se aquilo fosse indiferente, por dentro eu não sei como estava, um misto de inveja e tristeza.

O cara parece que tinha um compromisso e estava saindo, ela entrou no carro, eu em seguida, e ela pede pra leva-la pra um lugar onde pudesse caminhar em paz, certo momento da viagem, ele para o carro, e os dois começam a discutir, depois de um longo tempo de conversa, ele sai do carro e eu decido falar minhas conclusões:

Ela é muito nova, não estava grávida, por ela ser muito nova, as discussões entre eles, deveriam ser na verdade entre eles e a mãe dela, e que ela não tem amigos por mentir demais.

A partir de então, as discussões voltaram e os argumentos se repetiam, eu comecei a entrar na discussão, dizendo o que acho sobre cada situação, depois de muito tempo, voltamos pra casa, eles meio que se acertaram, eu não entendi muito bem qual foi o final da discussão, eu ainda pensando que tinha o compromisso de entregá-la em casa, então não exitei, ele me convidou pra entrar, e dormir ali (já passada de 23 horas da noite, minha casa era muito longe, a opção era caminhar por 1 hora pra casa, depois de um tempo jogando na sala, todos foram dormir, na manhã do dia seguinte, depois de um café da manhã, ele me levou pra perto da minha casa.

Semanas depois, eu estava em casa almoçando atrasado, ela chega no portão, me pedindo pra entrar no carro, por meio segundo eu imagino que seria um sequestro, apesar de não ter cara de um, o motorista era o namorado dela, a mãe dela estava no banco de trás, ela insistiu mais do que eu conseguiria imaginar ser possível, e eu neguei até o último instante, e essa foi a última vez que falei com ela.

Anos se passaram, e eu sei que ela tem uma filha, parece que ela fingiu até conseguir de verdade, espero que esteja feliz, e que eu não precise mais pensar sobre isso.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Não sejam como eu, pessoas vem e vão,

Mas certos desafios, certas conquistas,

Não valem o esforço empregado,

Ou não dão o retorno desejado.

Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 14/12/17 13:58

Primeiramente devo dizer que fiquei impressionado com o tamanho do texto! Não imaginei que desenvolveria a história tão detalhadamente. Em segundo lugar, achei interessante a forma como pôde descrever imparcialmente (acredito eu) a história e mesmo assim transmitir os sentimentos do protagonista. Ainda não acabou, realmente. Isso me faz pensar na incansável jornada de Ted Mosby com sua Robin, mas espero que o fim seja tão feliz quanto foi difícil o percurso. E por último mas não menos importante, "A B_______ não te merece"!!!! Aaaaaaaaa

Postado 14/12/17 14:07

Muito grato pelos elogios e pelas palavras de apoio, atualmente só espero que este seja o fim dessa história com ela.