Nada.
LuaTríplice
Tipo: Lírico
Postado: 01/12/17 23:32
Editado: 01/12/17 23:35
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
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Palavras: 253
Não recomendado para menores de dez anos
Notas de Cabeçalho

Nada demais kekeke

Capítulo Único Nada.

Ele era e ao mesmo tempo não era, via e ouvia, mas não sentia, pensava e na sua mente se mergulhava.

Ele não tinha corpo, nem olhos, ouvido ou qualquer outra coisa, ele só era, simplesmente estava lá.

Como ele sabia que era ele se não tinha nem corpo?! Ele se indentificava com o gênero masculino por que sempre pensava que as mulheres eram boas de mais para ele ser uma delas.

Ele costumava se chamar de 옵써, que significa nada em coreano, ele não sabe como sabe disso, ele simplesmente sabe.

옵써 via com os olhos que não tinha os pássaros voando no céu, imaginando a famosa brisa que tantos falavam, mas que ele não sentia.

Ele ouvia com os ouvidos, que não tinha, o canto das lavadeiras daquela região que tanto o impressionava, mas ele não podia cantar já que não falava.

Ele tocava com os pés, que não tinha, a terra seca que em seus remendos floresciam pequenas flores, ele queria colher-las, mas não podia.

옵써 não aguentava mais viver, estava cansado de não ser, ele queria morrer, mas será que algum dia ele já viveu para padecer?

옵써 de longe via uma menina, roupas furadas, sapatos desgastados, cabelos sujos e uma trouxa de roupas, 옵써 sentia que pertencia a ela, ele era dela e estava com ela.

Ela não tinha casa nem família, tinha as roupas velhas do corpo, uma trouxa com um punhado de outras roupas e tinha esperança, uma esperança que todos diziam não valer a pena, que todos diziam ser nada.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Obrigada por chegar até aqui

Ps. 옵써 lê-se 'obsó' (de uma forma brasilizada)

Apreciadores (5)
Comentários (3)
Postado 02/12/17 14:36 Editado 02/12/17 14:37

Ah! Mais um texto reflexivo e cheio de surpresas!

A melancolia do 옵써, realmente tocou-me, pois ser nada é algo um tanto quanto triste. A duvida sobre a vida e a morte, sobre sentir e não sentir, quando não se tem ideia se a própria existência é verídica, com certeza nos mostra o tamanho da confusão interna.

Todos nós temos um pouco de nada. É como Bukowski diz em um de seus poemas:"Há um lugar no coração que nunca será preenchido/ E nós iremos esperar e esperar/ nesse lugar". O nosso nada será eternamente, aquele lugar no coração que nunca será preenchido, que nunca poderá ser entendido ou explicado.

Obra ótima, meus parabéns.

Postado 02/12/17 22:19

Uma obra curiosa e até mesmo triste... Lembrei-me desde pessoas com um extremo grau de apatia/depressão (embora não fosse necessariamente o caso do protagonista) até o próprio deus cristão em uma célebre passagem do livro Menoch, com toda a reflexão inerente a estas recordações e seus significados para mim.

Todavia, no fim... Isso não é nada. Não se comparado à real grandeza deste texto, bem como da criativa e sensível autora. Parabéns, Srta Tríplice!

Atenciosamente,

Um ser que não é/tem/fez nada digno de nota nesta vida e mundo (lê lixo de uma maneira brasilizada), Diablair

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Postado 24/01/18 00:15

Quando li a sinopse imaginei algo completamente diferente (Me enganei lindamente, mas estou até feliz com isso). Logo de cara eu já me apaixonei pelo início e aí me apareceu coreano e eu fiquei ainda mais encantada.

Amo textos melancólicos e tristes, de certa forma. Acho que são os mais reais que um autor pode escrever e esse, nossa! Me faltam palavras para descrever.

Parabéns!

Postado 09/03/18 01:12

não julgue um texto pela sua sinopse não é mesmo!? hahaha

usei o coreano pelo fato de conhecer um pouca a lingua e tambem pq ObSeo significa inexistente, ausência de, é bem mais nada do que o próprio nada.

muito obrigada!

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