Meus homens não me ouviram
Minhas ordens, não seguiram
A teu canto eles sucumbiram
O fundo do mar, atingiram.
Todos valentes, eram meus homens
Experientes no mar, nervos de ferro
Sem importar quais fossem, seguiam as ordens
De nada isso serviu, para seu enterro.
Teu canto os enfeitiçou
Tua beleza os encantou
Teu chamado os cativou
E para o fundo do mar os levou.
As ondas, meus homens levaram
Em suas águas, se afogaram
Tuas garras, os destroçaram
Os peixes, deles se alimentaram.
Maldita tu és, ó sereia
Que tomais a vida alheia
Que apenas a morte semeia
Prendendo todos em tua teia.
Sozinho me deixastes, em meu navio
Perdido em meio a este mar bravio.
Teu canto ainda em meus ouvidos ouço tilintar
Não suporto mais, a meus homens irei me juntar.
Veja bem, ó sereia, a maldição que me trouxestes
Apenas te querer, na vida e na morte, é o que me fizestes.