Sentia falta dos cabelos negros entre seus dedos esguios, da voz rouca gemendo seu nome, e principalmente, dos olhos negros que o atraía cada vez mais para a escuridão. Tinha saudades dos abraços, dos beijos colados, roubados e dados. Sentia falta de ser dele, e dele ser seu. Sentia saudades do próprio Pedro, que havia se afundado na escuridão, e estava levando-o consigo. Algumas pessoas diziam que Ricardo era a própria luz, e que Pedro era a escuridão. E ao ver a escuridão que o moreno exalava, sentiu-se comprometido a iluminá-lo — mesmo sabendo que o mesmo tinha a própria luz. Pobre era Ricardo que não sabia que a luz sempre morre, e o que resta é apenas a escuridão. Pedro havia apagado a própria luz, e consequentemente, apagou a de Ricardo consigo.