Pelo meu telescópio, venho te observando lá fora desde que ouvi seus chamados serpenteando entre as estrelas. De todos que me cercam, a única que pode conquistar-me a atenção foi apenas você. Composta especialmente por um interior tão gélido e rochoso, além da grandiosidade invisível que ninguém foi capaz de notar o valor. O jeito com que irradiava grandes quantidades de luz ultravioleta capturou meu curioso coração, incapacitado de compreender porque mesmo com tanto para ver, as pessoas negligenciavam sua presença como se não merecesse um pingo de atenção.
Meu vício se tornou ver seus pontos tão distintos, devido ao pequeno brilho que possuíam, chegando a confundir-te com uma estrela nebulosa. Porém, não eram calorosos, mas admito nunca ter me interessado por algo tão natural. Fazia isso discretamente, longe de tudo e onde ninguém sabe, o chamado canto das memórias que me era único. Nas poucas vezes que nossos olhares se colidiram, podia notar a construção de nuvens tão complexas que seus belos olhos azuis formavam, despertando cada célula da minha estrutura esguia.
Enquanto isso, meus ouvidos eram obrigados a escutar mesmo que desinteressadamente os planejamentos daqueles que sentam-se ao meu lado. Eles propõem planos para te desbravar, agressivos e passivos, nenhum tendo sua atenção, e tampouco concessão oficial. Não passam de tolos que inicialmente, não compreendiam sua alma química estrangeira. Diferente de mim, que continuo persistindo, passando noites seguidas em claro. Parecia irreal o sentimento do seu olhar caindo do céu estrelado sobre mim.
Até hoje, minha promessa continua de pé. Eu vou te encontrar.