Mansa. Quieta. Frutífera. Apavorada.
Um colo que não pertence a nenhum acalanto. Pedinte de olhares ausentes de semi serrados. Uma palavra já não basta para pôr a ceia que a mesa tanto vaga, afoga-se em prantos doloridos.
Uma casca, flor, sementes.
Uma faísca para uma breve despedida de sol, em dias de terça-feira insossa.
Acorda em preces. Dorme em orações clamorosas. Espreita. Berra. Madruga só...
Os rituais são bélicos, transeuntes de memórias espessas - geleias de amora.
Amor? Amora! Dê.
Um jogo falho, pulando sempre dois dados, voltando sempre três casas. Mas, acabando presa em seu próprio martelo desajuizado.
Liberdade para quem somos. Liberdade para quem nos aconchega. Liberdade para quem nos parte. Liberdade para escolhermos ser girassóis.
Um dia o trigo lhe rega
Noutro, um poema lhe rega
Até onde vai teu cabide de flores?
Quase transparente. Fria. Rude. Menina.
Ontem eu aqui no seu beiral, os galos cantantes anunciadores das manhãs mornas, teus afilhados aos gritos mundanos, o coito a base da lua, o suor da minha pele negra, as línguas sugadas como ralos de pia, as mágoas precoces antes da janta e as despedidas que nunca se concretizam.
Olhar a ti é fácil, pecado é não te deixar rimar. Não arder em cólera. Beber pouco vinho nas tardes de intenso tráfego. Sentar a mesa te assistindo mastigar corações de galinhas mortas infincadas em espetos de prata. Atrasar dois segundos de compromisso. Gaguejar na oratória. Torrar os olhos com o sol das montanhas. Cuspir feijoada durante seis horas num sábado de samba.
Teu vasinho cresce ou tuas florzinhas cantam?
Quem te cabe?