Uma lenda me foi contada:
A da moça de trajes escuros
Cuja cabeleira azulada
Combina com o tom rubro
Do sangue que enfeita
Seu rosto feito maquiagem
Que de suas facas goteja
Sempre fresco e em quantidade
Conforme segue oculta
Nas sombras da madrugada
Ai de quem quer que cruza
Com ela em sua jornada!
Dizem que até o Diabo
Aprecia as obras dela
Tamanho o estrago
Que é feito por ela
Ao extrair o máximo de dor
Das maneiras mais criativas
Sorrindo em meio ao terror
De sua alegria assassina.
Quantas vidas ela ceifou?
É impossível contar.
Há tempos a matança começou
E nunca mais vai parar:
Enquanto ela se mover
E ainda puder respirar,
Os outros irão morrer
Para sua psicopatia saciar
De formas tão abomináveis
Que até Deus duvida
E consideraria imperdoáveis
Apesar que ela nem liga...
Somente a morte alheia
Merece sua atenção.
Ela é como o fogo que incendeia
O Inferno desde a Criação:
Sem remorso, sem piedade,
Sem culpa, sem escapatória,
Sofrimento é felicidade
Na sua versão da história.
Suas presas, todas humanas,
Não seguem nenhum padrão;
Sua dedicação é insana,
Seus crimes, sem solução,
Tributos à violência,
Pedaços por toda a parte.
Sadismo e sanguinolência
Elevados ao status de Arte
E nunca, sem exceção,
São encontrados os olhos
Pois os espelhos das almas
São o mais precioso espólio.
Afinal, a última visão
Que tiveram em vida foi ela,
A garota sem compaixão
Tão homicida... Tão bela!
Somente a alguns doentios
Ela considera seus iguais
E um deles, o mais antigo...
Acredite, ambos são rivais.
O resto? Somente vítimas
Para o interminável abate
Da absoluta carnificina
Da Imperatriz do Massacre!