Eu notei depois de um tempo que as palavras não passam de meros objetos ditos à esmo por pessoas tão vazias quanto estes. Que não há profundidade de sentimentos e que facilmente momentaneidades se perdem nas ilusões das pessoas que as falam se escondendo atrás de máscaras de imaginárias eternidades. As pessoas mal percebem o ciclo vicioso de auto enganação que elas próprias criam. Muitas vezes não têm culpa, pois não notam o que estão a fazer, é verdade, — olhar para si mesmo e para o modo como tem vivido não é algo fácil e prazeroso de se fazer, embora eu recomende — contudo, esse desconhecimento não torna válido a escolha de machucar quando esta opção torna-se uma realidade. Fico impressionado quando vejo que tudo que as pessoas dizem vem e vai na mesma velocidade que um projétil. Talvez eu dê demasiada importância à esses detalhes — pois então o problema mora em mim —, porém, existe algo aqui dentro que diz que não estou a errar nesse caso específico.
Coisas ditas com vigor, determinação e brilho nos olhos ao passar do tempo esfarelam-se tão ridiculamente que me fazem não mais enxergar o sentido em tudo isso. Aí que está o perigo: começo a me questionar. Eu sou bom nisso e sou melhor ainda em responder. Analiso os fatos, os momentos, as situações e vejo que em não mais de um caso isso se repete. Se está a se repetir talvez — certamente, arrisco — isso seja infelizmente um fato.
O fato é: As pessoas são diabolicamente vazias.
E eu me sinto cada vez mais vazio à medida que enxergo isso.