Em um mundo, mais mágico que a nossa Terra; no hemisfério norte ao sudeste do mesmo. Uma pequena vila com poucos caçadores, vários agricultores, três ou dois bares e uma taverna, um curandeiro que também era o padre ou algo assim, e várias outras classificações para essa gente.
Viviam, razoavelmente, felizes.
Suas casas simples que agradam os olhos de quem as observa por algum tempo, não muito longo, pois a beleza estava no fato de tudo ser tão limpo e harmonioso, eventualmente, os sorrisos que nos rostos sujos ou suados ou sujos e suados carregavam eram de tranquilidade e gentileza.
Esse povo guerreiro orgulhava-se de seus poços de água subterrânea, sendo cinco no total. Os quatro poços menores ficavam nas pontas da vila; a dez metros das casas, podendo cercar o local de poço a poço sem comprometer as casas ou os prédios. Por fim ou começo, o maior e fundador, poço Pai ficava no meio de tudo, por isso o nome.
A leste do conjunto de moradias, uns trinta metros, ficava uma floresta abundante. As mais diversificadas plantas estavam bem ali; aves, mamíferos, roedores, repetíeis e outros tantos conjuntos de animais, faziam daquela maravilha seu lar. Pouco era tirado da vida selvagem que estava sempre ao alcance dos moradores daquela vila, porém não ocorria por amor a tudo – essa é a verdade – e sim por medo misturado com um pouquinho de nojo ou o contrário.
O medo pode ser compreensivo, já que olhando melhor a floresta mais a dentro era escura, ecoante, úmida; resumido: tinha um ar de crueldade e terror. Quanto mais a dentro, pior as condições ficavam, menor quantidade de luz – como se a noite reina-se ali durante as vinte e quatro horas – e mesmo que estivesse sozinho a sensação de que olhos te seguiam era indescritível. Talvez, por isso, tivesse tão poucos caçadores.
Naquele local, uma lenda ou uma história destorcida era sempre contada em volta da fogueira para simplesmente assustar as crianças e lembrar os adultos:
"A muitos anos atrás, nasceu aqui na nossa pequena vila.
Uma criança a maldiçoada.
Um bebé esquelético de braços longos e pernas de cavalo
foi retirado do útero de uma ruiva.
Ele era negro, mais negro que petróleo
e fedia a putrefação.
Seus olhos negros, só davam a entender
que aquela criatura era feita de um único material...
ESCURIDÃO.
Aquilo não era semelhante a nós,
era cria de uma bruxa.
Os nossos ancestrais a feiticeira, mataram.
Queimando ela viva no meio da cidade,
em frente ao poço Pai.
E o frágil bebé, o monstro que a ruiva bruxa pois no mundo,
a florestar entregaram.
Graças aos fundadores, a destruição e o mal foram evitados."
Mesmo sendo só uma história inventada – pelo menos era o que diziam ao terminar de conta-la – uma vez ao mês, a noite fazia juiz a lenda sendo a mais assustadora possível. Contudo, por que as crianças deviam ter medo? Os adultos sempre dizem a mesma coisa: " – É só uma história velha, para de bobagem. "