São as risadas das garotas malvadas na pré-escola quando você tropeça e cai no meio do pátio;
É aquela besteira que você falou faz duas semanas, mas não te deixa dormir;
São os olhares que julgam o jeito que você anda quando está apressado;
É sua face ruborizando quando você precisa falar em público;
São as mensagens não respondidas, que podem ser a falta de tempo da pessoa do outro lado, mas para você, é desinteresse;
É o medo de entrar um relacionamento, por medo de como pode acabar — mesmo nem tendo começado;
São todas as conversas que você não pode escutar. Elas podem ser sobre você;
É o medo de ser observado e julgado;
São as discussões onde sua voz é mínima — sua opinião pode ser criticada;
É o sentimento de nunca ser suficiente, de nunca ser normal, de nunca estar 100% bem;
São as preocupações desnecessárias que viram obsessões;
É se importar demais. É ser alguém constantemente preocupada. É verificar se trancou a porta quatro vezes. É checar se apagou as luzes do quarto pela décima vez antes de sair. É imaginar se aquela pessoa que passou por você na avenida percebeu a mancha de café no seu casaco e pensou o quão desajeitado você é. É se perguntar se a pessoa que você gosta viu a espinha na sua testa e te achou ridículo. É pensar se o professor achou estranho você rir de nervoso antes de ler um texto para a sala de aula. É achar que as risadas nos corredores da escola são sobre você;
São os seus sentimentos de inferioridade, seu medo de ser julgado, seus passos apressados para evitar ser notado, seus tênis desamarrados por vergonha de ter que abaixar para amarrar, suas notas abaixo da média por ter passado mais tempo pensando em como tinha que estudar do que realmente estudar, são suas olheiras por ter passado tanto tempo na cama pensando sobre o futuro, são suas vontades de fugir;
É ansiedade.