Eu sou como uma casa fria e vazia
Eu assovio, rasgando o terror e a solidão
Pois eu existo em cada vão;
E quando eu pretendo chorar,
Apenas mordo meus lábios inferiores
Não posso demonstrar meus temores,
Hoje não; não hoje.
Eu passo a existir, para que apenas me notem
Eu passo a desferir,
Meus mais sujos golpes.
Eu quero me demolir
E quero sentir as explosões acontecendo
Eu quero queimar meu rosto e mãos
Quero que a excentricidade, seja a única emoção.
Eu quero viver, eu quero lembrar
Eu quero ter controle das minhas pernas
E quero parar de gargalhar
Enquanto olho para as memórias
As pontes e as pessoas,
Eu quero me sentir, quero me tocar
E sentir meus dedos se aproximando
Do meu ínfimo vestígio humano.
Eu quero o acorde
Eu quero me acordem
Quando eu já estiver viva.