As noites se tornam tão frias quando eu não tenho sua xícara de café ao lado da minha.
Quando as ideias se dissipam e se mesclam com o aroma dos grãos que nos abraçavam enquanto nossos olhos se beijavam por toda uma madrugada.
Sem falar dos corpos, corpos estes que eram puro embolo, cheio de nós e cores, e listras e gostos.
É engraçado como todas as manhãs desde que você se foi jamais amanheceram ensolaradas novamente.
Agora passo meus dias olhando pela janela, escrevendo poemas tristes e imaginando por onde seus pés caminham que não mais é no parapeito de minha alma.
Sei lá, aonde quer que você esteja, você deve estar bem, mesmo longe de mim e de todas as obras de arte que nós criamos juntas.
No fundo da gaveta esquerda ainda há brincos seus, existe uma rosa murcha num vaso seco e um novo pires foi comprado, só para cimentar a saudades de você que eu sinto.
Obrigada pelas inúmeras xícaras de café e das conversas malucas sobre alienígenas e as bizarrices do universo.
Eu e minha loucura sentimos sua falta. Com amor, sua eterna poetisa solitária.