Porque somos malvados e perversos - Oneshot
TJ Duke
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 05/03/16 20:42
Editado: 05/03/16 20:45
Gênero(s): Romântico
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 4min
Apreciadores: 5
Comentários: 3
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Palavras: 548
Não recomendado para menores de doze anos
Notas de Cabeçalho

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Capítulo Único Porque somos malvados e perversos - Oneshot

Rex observou enquanto a garota dormia. Ela era tão quente, o lembrava do calor de uma lareira acesa, depois de um dia frio.

Queria ser consumido por aquele calor enquanto ela abria os olhos verdes que o dominavam.

Ela não disse nada, apenas o observou como se fosse algo que merecesse sua atenção e seu olhar. Era dificil dizer quanto tempo eles ficaram alí, apenas olhando um ao outro em silêncio. Até que finalmente ela sorriu tímidamente já corada nas bochechas. Rex queria prende-la a ele, mesmo que isso parecesse quase um sacrilégio, as vezes tinha a impressão de que apenas toca-la já era um. Talvez fosse, o quê ele era? Apenas uma sombra esquecida pelo tempo, uma coisa sem alma e sem valor, algo que não era sequer digno de se manter. Mas ela estava sorrindo, apenas para ele. Queria congelar aquela memória, faze-la sorrir para sempre.

- Qual o seu desejo? - perguntou ele, disposto a dar-lhe qualquer coisa. Arrancaria seu próprio coração do peito se assim ela lhe pedisse.

Ela riu ainda sonolenta, não entendia como isso podia provoca-lo tanto.

- Como assim?

- Peça qualquer coisa. - insistiu ele, enquanto resistia a enorme necessidade de toca-la para não distrai-la.

Ela assumiu uma expressão pensativa e fechou os olhos por tanto tempo que pensou que ela estava dormindo novamente.

- Pode ser qualquer coisa mesmo? - perguntou indecisa.

Ele assentiu.

- Meu desejo seria comer e não engordar. - respondeu ela sonhadoramente.

Vendo a expressão de Rex, não conseguiu conter o riso.

Era como se tivesse acabado de cancelar o seu natal.

- Me peça qualquer coisa. - implorou ele.

Blake pensou durante um momento. O que poderia pedir? Não precisava de mais nada.

- Rex, você me ama? - perguntou hesitante.

- Sim. - respondeu ele enquanto assentia para enfatizar a resposta.

Blake sorriu sem se importar se estava corando novamente.

- Para mim isso é o suficiente.

Ele sentou-se com frustração. Queria dar o mundo a ela, qualquer coisa que a fizesse feliz e para provar a ela que ele não era um erro, ele era algo para se manter.

Blake sentiu sua tensão e se aproximou abraçando-o pelas costas. Envolvendo-o com seu doce cheiro. Ele ficou ímovel, com medo de se mover e afasta-la.

- Queria que você pudesse ver como você é perfeito, Rex. - sussurrou.

Não entendia como ela podia ver ele, seu lado mais feio, e ainda dizer isso. Ele podia enganar as pessoas para que o vissem da forma que lhe fosse conveniente. Mas Blake havia visto a sua verdadeira face, havia visto o que havia de mais horrivel escondido em seu interior. E ainda assim, ela não o tinha achado repulsivo, pelo contrario.

- Rex, - chamou hesitante. - qual é o seu desejo? Eu vou realiza-lo.

Levou apenas um instânte para registrar o que havia dito. Rex a agarrou segurando apertado, como se fosse sumir a qualquer instânte.

- É uma promessa? - perguntou inalando o cheiro doce do seu cabelo loiro, tentadoramente bagunçado.

- É uma promessa. - respondeu Blake totalmente segura, queria que ele entendesse que seus sentimentos não perdiam em nada para os dele.

Rex pensou por apenas um instante.

- Eu não me importo se for daqui a um, dez, cem, mil anos. Ou até mesmo essa noite. - disse Rex segurando-a apertado com o rosto totalmente escondido nos cabelos loiros. - Então me dê um filho. É uma promessa.

❖❖❖
Notas de Rodapé

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Apreciadores (5)
Comentários (3)
Postado 08/09/17 14:00

Que fofinho... Estou até chorando de alergria, sua narrativa é extremamente incrível.

A cena foi de uma total calma e tranquilidade, como fim de tarde com sol colorindo o céu e o vento refescando a pele, tão gostoso de ler. Por fim, o pedido que ele fez... Simplesmente deslumbrante.

O pouco que eu li aqui, deu-me vontade de ler toda a história.

Muito obrigado por compartilhar a sua obra conosco.

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<3

Postado 13/02/21 21:07

É realmente assustador quando nos deparamos com algo tão precioso que nos sentimos até mesmo indignos ou inaptos de (man)ter conosco...

Eu me vi tanto em Rex e em sua situação que até consegui me imaginar em seu lugar (com a devida substitução de Blake por outra pessoa, claro). Isso foi tão bom e ao mesmo tempo tão, tão pesaroso...

Fico a me perguntar que tipo de monstro Rex seria (tanto se o era no sentido literal ou no figurado). Mas, é certo que sempre haverá uma Blake para cada Rex no mundo, ou seja, uma pessoa que nos veja sem os disfarces do cotidiano (intencionais ou não) e ainda assim nos aceite e até nos admire (por Satã, existem até mulheres que se relacionam com criminosos DENTRO da cadeia!).

O pedido do protagonista me foi algo inesperado a princípio, todavia de fato não o é: um filho ou filha é o fruto máximo do amor e da união de um casal (creio eu), bem como a chance de manterem tal sentimento vivo quando ambos partirem...

Um texto deleitável, fluido e com gostinho de quero mais no fim, com certeza! Parabéns, Sr Duke!

Atenciosamente,

um ser como Rex (de certo/todo modo), Diablair.

#AD04

Postado 15/10/22 17:33

Na verdade, por causa do título, eu acabei chegando ao final e me surpreendendo e ficando muito surpresa e assustada.

Não compreendo se é bom ou ruim, mas senti algo... algo...