Estou tremendo
embaixo da cama
roendo meu próprio joelho
lambendo o meu ranho
coçando a cabeça nervosamente
com as duas mãos
mordendo os lábios até que se partam ao meio
arrancando as unhas
vendo meu sangue escorrer por entre os dedos
enquanto há uma agonia por detrás dos meus olhos
Todos nós lambemos
nosso próprio rabo encardido
todos nós manchamos a parede
com o que sai de nossa pele
todos nós,
todos nós somos tão incompletos...
Ou seria apenas eu?
Será que os envolvo em minhas metáforas
E neuras,
E verdades universais - do meu universo
apenas para pensar que serei mais facilmente aceita?
Que lixo de poeta
sou eu.